quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Adolescente é apreendido pela morte de Alícia Valentina, de 11 anos, em Belém do São Francisco

                A Polícia Civil de Pernambuco confirmou, nesta quinta-feira (11), a apreensão de um adolescente suspeito de participar da agressão que resultou na morte da estudante Alícia Valentina, de 11 anos, em Belém do São Francisco, no Sertão do Estado. O mandado de internação provisória foi cumprido por equipes da Delegacia local, que localizaram o menor nas imediações do distrito de Nazaré, na zona rural de Floresta, a cerca de 46 quilômetros do município onde ocorreu o crime.

Segundo a corporação, o adolescente responderá por ato infracional análogo ao crime de lesão corporal seguida de morte. Após a apreensão, foram realizados os procedimentos legais, incluindo exame traumatológico, e ele foi encaminhado para internação. As investigações seguem em andamento.

As agressões ocorreram no último dia 3 de setembro, na Escola Municipal Tia Zita, em Belém do São Francisco. De acordo com o boletim de ocorrência, Alícia foi interceptada no banheiro, ou próximo a ele, por um grupo de colegas que passou a agredi-la. O documento aponta que pelo menos quatro meninos e uma menina participaram do espancamento, sendo identificado como autor principal um adolescente cujo nome não pode ser divulgado em razão do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Um depoimento de criança que presenciou o ataque sugere que a violência teria sido motivada pela recusa de Alícia em manter um relacionamento com um dos colegas. A família, no entanto, ressalta que a motivação não foi confirmada oficialmente.

Logo após a agressão, Alícia foi socorrida por funcionários da escola e levada ao hospital do município, onde recebeu medicação e foi liberada. Em casa, apresentou sangramento no ouvido. A mãe a levou então a um posto de saúde, mas, mais uma vez, a criança foi liberada.

Horas depois, a situação se agravou: Alícia passou a vomitar sangue. Ela foi levada ao Hospital Municipal de Belém do São Francisco e, diante da gravidade, transferida ao Hospital de Salgueiro, a cerca de 80 quilômetros. Na sequência, foi removida para o Hospital da Restauração, no Recife, onde, no domingo (7), os médicos confirmaram a morte cerebral.

O caso, inicialmente registrado como lesão corporal, foi posteriormente retificado para lesão corporal seguida de morte. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou um procedimento administrativo para acompanhar as investigações e já solicitou informações à prefeitura, que afirma estar colaborando integralmente.

Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) lamentou profundamente o ocorrido e destacou o papel da escola na formação cidadã:

“A escola tem o papel de ensinar e construir conhecimento, respeito, princípios de solidariedade, empatia, regras e disciplina na perspectiva da cidadania para o convívio em sociedade. Mas tem feito esse trabalho praticamente sozinha”, registrou a entidade.

A morte de Alícia provocou comoção em todo o Estado e reacendeu o debate sobre segurança escolar, violência entre jovens e a necessidade de políticas públicas mais efetivas para proteção de crianças e adolescentes. 

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