segunda-feira, 11 de agosto de 2025

STF autoriza pagamento imediato de indenização e pensão vitalícia para vítimas da síndrome congênita do Zika

            Em uma decisão considerada histórica para famílias afetadas pela síndrome congênita do Zika vírus, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou que a União inicie, de forma imediata, o pagamento de indenização e pensão vitalícia a crianças e adolescentes com sequelas permanentes decorrentes da doença. A medida, determinada pelo ministro Flávio Dino nesta segunda-feira (11), atende a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) e busca garantir apoio financeiro sem a espera por toda a burocracia fiscal.

A lei que assegura o benefício foi aprovada pelo Congresso em julho deste ano e prevê dois tipos de auxílio: uma indenização única de R$ 50 mil e uma pensão mensal equivalente ao teto do INSS, atualmente em torno de R$ 8.157. O objetivo é custear tratamentos, terapias e necessidades diárias das crianças e adolescentes que enfrentam, junto às famílias, as consequências irreversíveis da doença.

A síndrome congênita do Zika é causada pela infecção do vírus Zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, durante a gestação. O contato do vírus com o feto pode provocar malformações no sistema nervoso central e outras complicações neurológicas, resultando em limitações físicas, cognitivas e sensoriais para toda a vida.

Na prática, a decisão do STF autoriza que a União, por meio de órgãos como o INSS e demais unidades administrativas competentes, inicie imediatamente a identificação dos beneficiários, a análise da documentação e o pagamento dos valores previstos, sem a necessidade de aguardar a regularização orçamentária exigida pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

O governo federal havia inicialmente vetado trechos do projeto de lei por falta de cálculos precisos sobre o impacto financeiro e por ausência de definição da fonte de recursos. No entanto, o Congresso derrubou os vetos, permitindo que a norma entrasse em vigor. Com a decisão judicial, as famílias poderão receber os valores enquanto o Executivo tem prazo até 31 de março de 2026 para ajustar todas as pendências fiscais.

Especialistas e entidades que atuam na defesa dos direitos das pessoas com deficiência comemoraram o avanço, ressaltando que a medida representa não apenas um apoio financeiro, mas também um reconhecimento da responsabilidade do Estado diante das consequências da epidemia de Zika que atingiu o país em 2015 e 2016.

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