Levitsky participou do
seminário Democracia em Perspectiva na América Latina e no Brasil, promovido
pelo Senado Federal, onde fez um paralelo entre as respostas institucionais dos
dois países diante de ameaças à democracia.
“A Suprema Corte
Brasileira fez o certo ao defender a democracia agressivamente. O Congresso e o
Judiciário americanos, por outro lado, abdicaram das suas responsabilidades ao
lidarem com o autoritarismo”, criticou o professor.
A comparação ressalta a
decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, que vem atuando com rigor
no julgamento da trama golpista apontada pela Procuradoria Geral da República,
envolvendo Bolsonaro. Já nos Estados Unidos, a resposta institucional ao
autoritarismo de Trump foi vista como insuficiente, o que culminou em tensões e
crises políticas.
Para Levitsky, um dos
fatores que explica essa diferença está na memória coletiva dos povos. Enquanto
países como Brasil, Argentina, Coreia do Sul, Alemanha e China possuem
experiências recentes e traumáticas com regimes autoritários, que moldaram a
vigilância social e política contra ameaças democráticas, a sociedade americana
carece dessa vivência histórica.
“Os Estados Unidos
não têm uma memória coletiva de autoritarismo. Por isso, sua resposta às ações
autoritárias de Trump foi mais fraca e menos coordenada”,
avaliou o professor, que ainda disse sentir vergonha da posição americana atual,
já que os EUA têm inclusive sancionado ministros do STF e adotado barreiras
comerciais contra o Brasil.
O embate se estende para o
plano internacional: os Estados Unidos impuseram tarifas de 50% sobre
exportações brasileiras, abriram investigações comerciais e aplicaram sanções
contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, em retaliação à atuação do Judiciário
brasileiro.
Levitsky enxerga essa
postura como uma ironia histórica, com os EUA punindo o Brasil justamente por
exercer uma defesa firme da democracia, algo que, segundo ele, a própria nação
americana deveria ter feito internamente.
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