Arijaldo era desses raros
personagens que não precisavam se impor para serem lembrados. Bastava chegar —
e ele chegava sorrindo. Em Arcoverde, nos tempos do governo Rosa, quando a
comunicação ainda tateava entre jornais impressos e o barulho das conexões
discadas da internet, ele já vislumbrava um mundo diferente: mais próximo, mais
plural, mais criativo. Sabia onde tocar para transformar uma ideia simples em
algo potente, vendável, vivo.
Foram 19 anos à frente da
Rádio Jornal Caruaru, onde expandiu não só o alcance da emissora, mas também a
forma de se fazer rádio no Agreste. Mas seu currículo ia muito além: 23 anos no
Diário Associados, três na Rede Som Zoom Sat, além da criação da Revista
Movimento, um divisor de águas na maneira de se comunicar regionalmente.
Arijaldo era ponte entre o tradicional e o moderno, entre a publicidade e o
jornalismo, entre o cliente e o público — e fazia isso com uma leveza que só os
bons de alma conseguem carregar.
Tinha o dom da lábia sem ser
arrogante. Convencia com elegância. Vendedor nato, comunicador de alma,
estrategista de mercado, era apaixonado pelas entrelinhas da comunicação. Sabia
que, no fim, a grande estrela não era o político, nem o veículo, nem a empresa.
Era o eleitor. Era o cliente. Era o povo.
Em tempos de efemeridades
gritadas em likes e métricas de engajamento, Arijaldo era um mestre de outro
tempo — e por isso mesmo, tão necessário ao nosso. Um tempo em que ouvir,
entender e traduzir desejos em mensagens era arte. Um tempo em que comunicação
se fazia com suor, com afeto, com visão.
Fiz parte dessa história. E
por isso escrevo não apenas com as mãos, mas com a gratidão de quem testemunhou
o talento e a generosidade de um verdadeiro ícone. Vá com Deus, Arijaldo. A
comunicação perdeu um gigante, mas seu talento continuará ecoando onde houver
alguém disposto a ouvir, criar e transformar.
Porque, no fundo, comunicar
é isso: deixar marcas que o tempo não apaga. E você, meu amigo, deixou as suas
em cada canto de Pernambuco.
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