quarta-feira, 16 de julho de 2025

Trump diz que impõe tarifa de 50% ao Brasil “Porque pode fazer”

                O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (15) que decidiu impor tarifas de 50% sobre a importação de produtos brasileiros porque "pode fazer isso" e quer "dinheiro entrando" no país. “Estamos fazendo isso porque eu posso fazer. Ninguém mais seria capaz”, afirmou Trump no gramado da Casa Branca.

O presidente norte-americano ignorou explicações técnicas ou dados econômicos para embasar sua decisão. Questionado por jornalistas, limitou-se a dizer que os EUA precisam de “tarifas” e que o objetivo é “dinheiro entrando” no país.

A medida, segundo fontes diplomáticas, teria sido influenciada por um pedido do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em carta enviada ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada (9), Trump afirmou que a relação comercial do Brasil com os EUA é “injusta”, justificando a elevação da tarifa.

Contudo, dados oficiais de comércio exterior contradizem o argumento: nos últimos anos, os Estados Unidos têm mantido vantagem na balança comercial com o Brasil, exportando mais do que importam há 16 anos.

Durante a mesma entrevista, Trump voltou a manifestar apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta ações no Supremo Tribunal Federal (STF) por ataques ao sistema democrático. Ao ser informado sobre o pedido de condenação feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Trump declarou:

“Não é que ele seja meu amigo, mas eu o conheço. É uma vergonha internacional o que estão fazendo com ele. Isso é uma caça às bruxas.”

A fala gerou forte reação entre analistas políticos e diplomatas, que veem na postura de Trump uma tentativa de interferência em temas sensíveis da política interna brasileira, além de um discurso alinhado a lideranças de extrema direita e de teor antidemocrático.

A tarifa de 50% sobre produtos brasileiros deve afetar fortemente setores como agroindústria, siderurgia e alimentos processados, que têm o mercado norte-americano como um dos principais destinos de exportação.

A medida também lança sombra sobre as relações Brasil-EUA, em um momento em que o governo Lula buscava ampliar o diálogo comercial com Washington e manter um ambiente estável com as potências ocidentais.

Diplomatas brasileiros já avaliam retaliações comerciais e questionamentos formais junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), enquanto setores empresariais pedem ação imediata do Itamaraty e do Ministério da Fazenda.

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