O presidente norte-americano
ignorou explicações técnicas ou dados econômicos para embasar sua decisão.
Questionado por jornalistas, limitou-se a dizer que os EUA precisam de
“tarifas” e que o objetivo é “dinheiro entrando” no país.
A medida, segundo fontes
diplomáticas, teria sido influenciada por um pedido do deputado federal Eduardo
Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em carta enviada ao
presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada (9), Trump
afirmou que a relação comercial do Brasil com os EUA é “injusta”, justificando
a elevação da tarifa.
Contudo, dados oficiais de
comércio exterior contradizem o argumento: nos últimos anos, os Estados Unidos
têm mantido vantagem na balança comercial com o Brasil, exportando mais do que
importam há 16 anos.
Durante a mesma entrevista,
Trump voltou a manifestar apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta
ações no Supremo Tribunal Federal (STF) por ataques ao sistema democrático. Ao
ser informado sobre o pedido de condenação feito pela Procuradoria-Geral da
República (PGR), Trump declarou:
“Não é que ele seja
meu amigo, mas eu o conheço. É uma vergonha internacional o que estão fazendo
com ele. Isso é uma caça às bruxas.”
A fala gerou forte reação
entre analistas políticos e diplomatas, que veem na postura de Trump uma
tentativa de interferência em temas sensíveis da política interna brasileira,
além de um discurso alinhado a lideranças de extrema direita e de teor
antidemocrático.
A tarifa de 50% sobre
produtos brasileiros deve afetar fortemente setores como agroindústria,
siderurgia e alimentos processados, que têm o mercado norte-americano como um
dos principais destinos de exportação.
A medida também lança sombra
sobre as relações Brasil-EUA, em um momento em que o governo Lula buscava
ampliar o diálogo comercial com Washington e manter um ambiente estável com as
potências ocidentais.
Diplomatas brasileiros já avaliam retaliações comerciais e questionamentos formais junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), enquanto setores empresariais pedem ação imediata do Itamaraty e do Ministério da Fazenda.
👉 Acompanhe mais notícias e curta nossas redes sociais:
Nenhum comentário:
Postar um comentário