Parceria visa resgatar
transporte ferroviário no Estado com foco em mobilidade, economia e
sustentabilidade
Em um movimento estratégico
para transformar a logística e a mobilidade de Pernambuco, a Superintendência
do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e a Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE) anunciaram, nesta terça-feira (22), uma parceria que poderá recolocar os
trilhos no protagonismo do transporte regional. Serão realizados dois estudos
técnicos para instalação ou revitalização de trechos ferroviários no estado,
com foco especial em um dos corredores mais importantes do interior
pernambucano: o trajeto entre Recife e Caruaru.
O anúncio foi feito pelo
superintendente da Sudene, Danilo Cabral, durante entrevista à Rádio Folha,
como parte de um plano maior do Governo Federal para reforçar a infraestrutura
logística do Nordeste. O objetivo é claro: impulsionar a competitividade
econômica da região e reabilitar uma malha ferroviária historicamente
abandonada.
O primeiro estudo terá como
foco a análise de viabilidade para reativar um trecho ferroviário de
aproximadamente 120 quilômetros entre a capital pernambucana e o município de
Caruaru, no Agreste. A proposta é ambiciosa: entender se é possível aproveitar
estruturas já existentes ou se será necessário construir uma nova ferrovia,
considerando todos os impactos técnicos, ambientais e econômicos.
A análise será dividida em
duas etapas principais. A primeira, voltada ao diagnóstico da infraestrutura
atual e levantamento de possíveis intervenções. A segunda, prevista para
começar após esse levantamento inicial, vai aprofundar a viabilidade técnica e
ambiental da proposta.
Segundo Danilo Cabral,
retomar esse modelo de transporte é também um reencontro com a própria história
da região. “Estamos buscando as melhores alternativas do ponto de vista
econômico, ambiental e social para resgatar um modal que foi abandonado no
Brasil. Nos anos 1950, tínhamos uma rede ferroviária robusta. Mas o Estado
brasileiro, influenciado pela indústria automotiva, optou por sucatear essa
malha”, criticou.
Além de facilitar o
deslocamento de passageiros, especialmente entre Recife e Caruaru, o novo
corredor ferroviário promete ser uma alternativa eficaz para desafogar o
trânsito da BR-232, uma das rodovias mais movimentadas do estado. “A
requalificação desse eixo pode impactar positivamente toda a região, que tem
vocações econômicas diversas — de polos industriais a centros de turismo e
comércio, como Vitória de Santo Antão, Gravatá, Bezerros e o próprio polo de
confecções de Caruaru”, destacou Cabral.
A parceria entre Sudene e
UFPE deve ser formalizada nas próximas semanas, e os estudos têm previsão de
serem concluídos e apresentados até o primeiro trimestre de 2026.
O anúncio marca uma
tentativa de reconectar o estado com um modal utilizado globalmente por sua
eficiência energética, menor impacto ambiental e capacidade de integração
regional. Ao devolver protagonismo aos trilhos, a Sudene aponta para um futuro
mais sustentável e dinâmico para o transporte de passageiros no Nordeste.
E a população, especialmente
do Agreste, começa a vislumbrar um novo tempo — onde o progresso pode, enfim,
voltar a andar de trem.
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