Mandados de busca e bloqueio
de R$ 54 milhões fazem parte de investigação que apura fraudes com emendas
parlamentares; gabinete na Câmara dos Deputados foi alvo da operação.
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (8), uma operação que investiga suspeitas de desvio de recursos públicos por meio de fraudes em processos de licitação no estado do Ceará. Um dos alvos da ação é o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE), que teve seu gabinete, localizado na Câmara dos Deputados em Brasília, vasculhado por agentes federais em cumprimento a mandado de busca e apreensão expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao todo, a operação cumpre
15 mandados de busca e apreensão em Brasília e em cinco cidades cearenses:
Fortaleza, Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio. A investigação foi iniciada
após uma denúncia feita pela prefeitura de Canindé e envolve ainda outras cinco
pessoas, cujos nomes não foram divulgados oficialmente pela Polícia Federal.
Júnior Mano é suspeito de
integrar uma organização criminosa voltada ao desvio de verbas públicas
federais, especialmente recursos provenientes de emendas parlamentares
destinadas a municípios cearenses. Segundo a PF, o esquema consistia na
negociação dessas emendas com gestores públicos, mediante pagamento de
comissões, para favorecer empresas previamente escolhidas em processos
licitatórios simulados.
Com base nas evidências
reunidas até agora, o STF autorizou o bloqueio de R$ 54,6 milhões das contas
bancárias de pessoas físicas e jurídicas envolvidas no esquema. A medida busca
interromper o fluxo de recursos suspeitos e garantir a recuperação dos valores
desviados dos cofres públicos.
Os crimes investigados
incluem organização criminosa, captação ilícita de sufrágio, lavagem de
dinheiro e falsidade ideológica com finalidade eleitoral. Como Júnior Mano
possui foro privilegiado por ser deputado federal, o caso foi remetido ao
Supremo Tribunal Federal, que passou a conduzir a investigação.
Em nota oficial, o
parlamentar negou envolvimento com irregularidades: “Nunca participei de
processos licitatórios, tampouco de ordenação de despesas ou fiscalização de
contratos administrativos. Confio plenamente na Justiça e estarei à disposição
para quaisquer esclarecimentos”, afirmou.
A operação lança novos holofotes sobre o uso e o controle das emendas parlamentares no Brasil, um instrumento frequentemente criticado por sua falta de transparência e alto risco de desvios. O caso também reacende o debate sobre o alcance da imunidade parlamentar diante de suspeitas de corrupção ativa envolvendo recursos públicos.
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