terça-feira, 8 de julho de 2025

MPPE reforça combate à violência doméstica e recomenda endurecer medidas contra agressores

Com base na nova atualização da Lei Maria da Penha, Corregedoria orienta promotores a priorizarem prisões preventivas e uso de tornozeleiras eletrônicas para evitar feminicídios no Estado.

A Corregedoria-Geral do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) emitiu uma nova recomendação que promete endurecer a atuação do órgão no enfrentamento à violência doméstica. Publicada nesta terça-feira (8) no Diário Oficial do MPPE, a recomendação visa fortalecer a proteção às mulheres no Estado, orientando promotores de Justiça a adotarem medidas mais firmes contra os agressores.

A ação ocorre em resposta à atualização da Lei Maria da Penha, sancionada em abril deste ano, que passou a permitir a imposição de monitoramento eletrônico — como o uso de tornozeleiras — aos homens acusados de violência doméstica, como medida protetiva de urgência. A medida é vista como um avanço no sistema de proteção às vítimas e prevenção de crimes mais graves, como o feminicídio.

Segundo a corregedora Maria Ivana Botelho, os promotores devem priorizar, durante audiências de custódia, os pedidos de conversão das prisões em flagrante em prisões preventivas, especialmente quando identificados fatores de risco à integridade da vítima. Entre os critérios para a decisão, a recomendação destaca: histórico de agressões, descumprimento de medidas protetivas anteriores, sinais de instabilidade emocional ou uso abusivo de drogas, além de comportamento que indique risco iminente de agressão letal.

A iniciativa chega em um momento alarmante para o Estado. De acordo com dados da Secretaria de Defesa Social (SDS), entre janeiro e maio deste ano foram registradas 23.328 denúncias de violência doméstica em delegacias de Pernambuco, o que representa uma média assustadora de 155 casos por dia. Mais grave ainda é o número de feminicídios: 41 mulheres foram assassinadas nesse período, sete a mais do que no mesmo intervalo do ano passado.

A recomendação do MPPE reforça a urgência de respostas mais eficazes por parte do sistema de Justiça. "Não se trata apenas de punir, mas de agir preventivamente para salvar vidas. Cada medida mais firme pode representar uma mulher a menos no registro de mortes evitáveis", frisou a corregedora.

Especialistas em segurança pública e direitos das mulheres avaliam como positiva a recomendação, mas ressaltam que sua eficácia dependerá da atuação conjunta entre o Judiciário, o Ministério Público, as polícias e a rede de apoio às vítimas.

Com a escalada da violência de gênero e o aumento do feminicídio em Pernambuco, a recomendação do MPPE é vista como um passo importante na construção de um ambiente mais seguro para as mulheres e um chamado claro para que o Estado reforce, com ações práticas, sua responsabilidade na defesa da vida e da dignidade de todas. 

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