quinta-feira, 24 de julho de 2025

Crise tarifária com os EUA se agrava e governo Lula vê risco de sanção pessoal de Trump contra o Brasil

                A crise comercial entre Brasil e Estados Unidos ganhou contornos ainda mais delicados nesta quarta-feira (23), após declarações do presidente americano Donald Trump, que indicou estar disposto a aplicar a tarifa máxima de 50% sobre produtos brasileiros. A medida, classificada nos bastidores do Palácio do Planalto como “pessoal e política”, acendeu o alerta na equipe econômica e diplomática do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo assessores presidenciais, Trump deixou claro que pretende “punir” o Brasil, mesmo admitindo que não há justificativa econômica para a aplicação das tarifas mais altas. Em discurso recente, o líder americano declarou que as chamadas "tarifas recíprocas" vão variar entre 15% e 50%, sendo a alíquota mais elevada destinada a países com os quais os EUA “não estão se dando bem”.

“Essa declaração do Trump mostra que o Brasil virou uma questão pessoal e política para ele. Isso, infelizmente, indica que a alíquota de 50% vai entrar em vigor”, avaliou um auxiliar direto do presidente Lula.

Nos bastidores do governo brasileiro, há um sentimento de frustração e apreensão. Com superávit comercial favorável aos Estados Unidos, o Brasil acreditava que haveria margem para negociação. Porém, interlocutores do Planalto apontam que a atuação de Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem sido um fator de instabilidade e pode ter contribuído para o endurecimento da posição americana que poderá gerar grandes prejuízos as empresas brasileiras e o desemprego generalizado.

“Se não fosse a influência política negativa, o terreno para negociação estaria bem mais propício”, disse outro assessor.

As declarações de Trump surgem num momento em que os Estados Unidos buscam fortalecer acordos bilaterais, como o que foi fechado recentemente com o Japão, e ainda alimentam expectativas de avanço nas negociações com a União Europeia. Enquanto isso, o Brasil se vê isolado e prestes a ser atingido pela medida que pode impactar fortemente o setor exportador e as relações comerciais entre os dois países.

Faltam apenas oito dias para que as novas tarifas entrem em vigor, e no Planalto o clima é de urgência. O Itamaraty e o Ministério da Fazenda tentam uma última cartada diplomática para reverter ou ao menos amenizar a taxação.

Caso a tarifa de 50% seja mantida, analistas preveem prejuízos bilionários em exportações de setores-chave como alimentos, metais e produtos manufaturados. 

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