Em entrevista ao Blog Dellas
mais cedo, Dueire havia afirmado que a convenção explicitou um descontentamento
interno significativo, declarando que “ficou claro que existem 43% de
emedebistas que estavam silenciosos e desgostosos com os movimentos e
declarações autoritárias de Raul Henry”.
Henry, por sua vez, não
apenas rechaçou a pecha de autoritário, como também subiu o tom, acusando o
senador de ter "interesses pessoais" e de tentar rifar a legenda em
troca de uma vaga na chapa majoritária ao Senado ao lado de Lyra, mesmo diante
da "reconhecida inviabilidade" de sua postulação.
Para o presidente do MDB-PE,
a disputa interna não configurou uma questão pessoal, mas uma definição crucial
sobre o futuro político do partido no estado. "Em todas as minhas
falas públicas, antes da Convenção Estadual do MDB-PE, afirmei que o que estava
em jogo nesta disputa era a linha política do partido. Defendi, com toda
clareza, a manutenção da nossa aliança com o PSB. Nela, construímos uma relação
de lealdade, companheirismo e parceria", declarou Henry.
Ele argumentou que a decisão
pela continuidade da aliança com os socialistas foi tomada democraticamente
pela maioria dos convencionais, o "órgão máximo das bases"
partidárias. "Se a maioria do partido, por meio de sua convenção,
decidiu por essa linha, que autoritarismo há nisso? Nós vencemos no voto, e o
voto é o principal instrumento da vida democrática", questionou,
rebatendo diretamente a crítica de Dueire.
Henry também fez questão de
ressaltar os frutos da longeva parceria com o PSB, citando mandatos importantes
como o do senador Jarbas Vasconcelos – atualmente exercido por Dueire, seu
suplente – e o do deputado estadual Jarbas Filho. Este último, eleito pelo PSB,
retornou ao MDB recentemente por meio de uma carta de anuência considerada um
movimento político estratégico e inédito, chancelado pela aliança.
A resposta de Henry a Dueire
foi além da defesa política, atingindo o campo pessoal. O dirigente partidário
lamentou o que chamou de "palavras ressentidas" do
senador, alfinetando seu desempenho eleitoral: "Lamento pelas
palavras ressentidas do senador, que nunca teve um voto e não consegue
ultrapassar a barreira de 1% nas pesquisas de intenção de voto já
divulgadas".
Segundo Henry, a intenção de
Dueire era "entregar a legenda do partido à governadora Raquel Lyra,
em troca de uma vaga na chapa majoritária ao Senado", uma manobra
que, na visão do presidente do MDB, desconsiderava a viabilidade eleitoral do
próprio senador.
A convenção de sábado (24) pode ter definido o rumo imediato do partido, mas as declarações desta terça
demonstram que a disputa interna está longe de ser apaziguada, prometendo novos
capítulos na reconfiguração das forças políticas em Pernambuco.
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