Segundo o MPF, mesmo
proibido judicialmente, Antônio Júnior continuou influenciando negócios com o
setor público por meio do sobrinho, Antônio Manoel de Andrade Neto, que teria
sido utilizado como "testa de ferro". Em 2018, apenas seis meses após
a decisão que vetou sua atuação, foi criada a empresa MN Plásticos & TNT,
formalmente registrada em nome do sobrinho, mas supostamente financiada e
gerida de fato por Antônio Júnior.
A empresa se especializou no
fornecimento de lonas, piquetes e outros materiais utilizados em áreas de risco
e, desde então, acumulou mais de R$ 37 milhões em contratos públicos entre 2021
e 2025, dos quais R$ 20,6 milhões apenas com a Prefeitura do Recife.
Dois contratos de destaque
foram firmados com a capital pernambucana em 2022 e 2023, somando mais de R$ 4
milhões. Em 2024, a MN venceu nova licitação no valor de R$ 7,4 milhões para a
mesma finalidade. No entanto, em 2022, uma licitação de R$ 15,5 milhões chegou
a ser suspensa após denúncias sobre a ligação da empresa com o grupo
investigado na Torrentes.
Além da MN, o MPF aponta
outras três empresas ligadas a familiares de Antônio Júnior que teriam
participado de dezenas de licitações em municípios pernambucanos, configurando,
segundo os procuradores, uma estratégia deliberada para burlar a decisão
judicial e manter o grupo no mercado de contratos públicos.
O órgão também ressaltou
que, mesmo tendo a prisão preventiva negada durante a pandemia, o empresário
teria injetado recursos financeiros na empresa do sobrinho, assegurando a
continuidade da atuação do grupo nos certames públicos.
Como medida judicial, o MPF
propôs uma transação penal para que os acusados paguem R$ 160 mil como forma de
compensação pelo descumprimento da ordem judicial.
Em nota, a Prefeitura do
Recife afirmou que a MN Plásticos & TNT apresentou toda a documentação
regular no processo licitatório mais recente e que o contrato ainda não foi
celebrado, estando sob análise jurídica.
O caso segue sob apreciação
da Justiça Federal e levanta novos alertas sobre o uso de laranjas e a
necessidade de fiscalização rigorosa em contratos com recursos públicos.
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