sexta-feira, 9 de maio de 2025

Moraes e Zanin votam por suspensão parcial de ação penal contra Ramagem

            Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes (Relator) e Cristiano Zanin votaram nesta sexta-feira (9) para manter a ação penal contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) por três crimes na trama golpista: abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; e organização criminosa.

Com isso ficariam suspensos dois crimes (dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado), e não a ação penal na íntegra como decidiu a Câmara dos Deputados.

A decisão do ministro relator ocorreu no âmbito do julgamento em plenário virtual da Primeira Turma do STF, responsável por analisar os processos ligados à denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O voto de Moraes delimita o alcance da decisão da Câmara dos Deputados, que na última quarta-feira (7) aprovou pedido para suspender a ação penal envolvendo Ramagem — sem, no entanto, esclarecer se o efeito se aplicaria à denúncia como um todo ou apenas aos atos anteriores à posse do deputado.

Para Moraes, a imunidade parlamentar, prevista no Artigo 53 da Constituição, deve ser interpretada de forma restritiva, ou seja, válida somente para atos praticados após a diplomação do parlamentar. Ele também reforçou que o benefício não se estende a outros réus envolvidos na mesma ação.

“O texto constitucional é claro: a imunidade não se estende a outros réus nem a crimes cometidos antes da diplomação”, escreveu Moraes em seu voto.

A ação penal em curso no STF investiga um suposto plano golpista liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, com o objetivo de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2023. De acordo com a PGR, o grupo também teria planejado o assassinato de Lula, de seu vice, Geraldo Alckmin, e do próprio Alexandre de Moraes.

No total, 34 pessoas foram denunciadas pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, por crimes que incluem organização criminosa, tentativa de golpe de Estado e destruição de patrimônio público. As penas previstas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

Para agilizar o processo, a denúncia foi desmembrada em quatro núcleos: civil, militar, político e operacional. O STF já aceitou a acusação em três deles. O julgamento do último núcleo, que abrange as ações táticas, está agendado para os dias 20 e 21 de maio.

Com o voto de Moraes e Zanin, o STF caminha para uma definição mais clara dos limites da imunidade parlamentar diante de investigações penais, especialmente em contextos de ataques à democracia. O julgamento segue em andamento na plataforma virtual da Corte. 

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