sexta-feira, 16 de maio de 2025

Crise na CBF: manifesto de 19 federações isola Ednaldo Rodrigues e pede renovação

               A noite desta quinta-feira (15) marcou um forte abalo na estrutura da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), com um movimento político que lança um balde de água fria na tentativa de Ednaldo Rodrigues seguir à frente da entidade. Apenas algumas horas após sua destituição da presidência pela Justiça, 19 federações estaduais divulgaram um manifesto público pedindo "renovação e descentralização" no comando do futebol nacional — sem sequer mencionar o nome do dirigente afastado.

O documento, intitulado "Manifesto pela estabilidade, renovação e descentralização do futebol brasileiro", é assinado por dirigentes de federações que até pouco tempo estavam alinhadas com Ednaldo. Na eleição de março deste ano, ele obteve apoio unânime das 27 federações estaduais e dos clubes das Séries A e B. O novo posicionamento evidencia um rompimento estratégico, impulsionado pela recente decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).

Na decisão judicial publicada na tarde de quinta-feira, o TJ-RJ considerou inválido o acordo que sustentava a legitimidade da eleição de Ednaldo, sob suspeita de irregularidades em sua formalização — especialmente quanto à assinatura do ex-presidente Coronel Nunes, cuja condição de saúde foi questionada. Com isso, o vice-presidente Fernando Sarney foi nomeado interventor da entidade e tem a missão de convocar novas eleições em até 30 dias.

Pouco depois da decisão judicial, nos bastidores da entidade e nas federações, já se articulava o movimento que culminou no manifesto público. O texto das 19 federações inicia com um tom institucional:

"O futebol brasileiro vive um momento decisivo. É urgente enfrentar desafios estruturais que há anos limitam o potencial do nosso futebol. Precisamos de um calendário equilibrado, arbitragem profissionalizada, gramados de qualidade, segurança nos estádios e competições fortalecidas."

O manifesto também faz críticas à gestão centralizadora da CBF, enfatizando a necessidade de modernizar a estrutura interna da entidade. Segundo os signatários, o atual modelo "impede avanços e enfraquece o futebol em seus diversos níveis", defendendo que as decisões passem a contar com maior participação das federações e clubes de base.

Entre os que não assinaram o documento estão as federações de São Paulo, Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Minas Gerais, Tocantins, Amapá e Mato Grosso — algumas delas com influência significativa no cenário do futebol brasileiro. A ausência dessas entidades pode indicar resistências ou ainda articulações em curso para um nome de consenso à presidência da CBF.

Com esse novo posicionamento de parte expressiva das federações, a tendência é de que Ednaldo Rodrigues fique cada vez mais isolado politicamente, mesmo que consiga eventual vitória judicial em instâncias superiores.

A CBF, agora sob intervenção, vive mais um capítulo de instabilidade que há anos compromete a governança do futebol brasileiro. Os próximos dias devem ser decisivos, com articulações intensas nos bastidores para a escolha do novo comando da entidade máxima do futebol no país. 

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