O documento, intitulado "Manifesto
pela estabilidade, renovação e descentralização do futebol brasileiro", é
assinado por dirigentes de federações que até pouco tempo estavam alinhadas com
Ednaldo. Na eleição de março deste ano, ele obteve apoio unânime das 27
federações estaduais e dos clubes das Séries A e B. O novo posicionamento
evidencia um rompimento estratégico, impulsionado pela recente decisão do
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
Na decisão judicial
publicada na tarde de quinta-feira, o TJ-RJ considerou inválido o acordo que
sustentava a legitimidade da eleição de Ednaldo, sob suspeita de
irregularidades em sua formalização — especialmente quanto à assinatura do ex-presidente
Coronel Nunes, cuja condição de saúde foi questionada. Com isso, o vice-presidente
Fernando Sarney foi nomeado interventor da entidade e tem a missão de convocar
novas eleições em até 30 dias.
Pouco depois da decisão
judicial, nos bastidores da entidade e nas federações, já se articulava o
movimento que culminou no manifesto público. O texto das 19 federações inicia
com um tom institucional:
"O futebol
brasileiro vive um momento decisivo. É urgente enfrentar desafios estruturais
que há anos limitam o potencial do nosso futebol. Precisamos de um calendário
equilibrado, arbitragem profissionalizada, gramados de qualidade, segurança nos
estádios e competições fortalecidas."
O manifesto também faz
críticas à gestão centralizadora da CBF, enfatizando a necessidade de
modernizar a estrutura interna da entidade. Segundo os signatários, o atual
modelo "impede avanços e enfraquece o futebol em seus diversos
níveis", defendendo que as decisões passem a contar com maior
participação das federações e clubes de base.
Entre os que não assinaram o
documento estão as federações de São Paulo, Bahia, Pernambuco, Espírito Santo,
Minas Gerais, Tocantins, Amapá e Mato Grosso — algumas delas com influência
significativa no cenário do futebol brasileiro. A ausência dessas entidades
pode indicar resistências ou ainda articulações em curso para um nome de
consenso à presidência da CBF.
Com esse novo posicionamento
de parte expressiva das federações, a tendência é de que Ednaldo Rodrigues
fique cada vez mais isolado politicamente, mesmo que consiga eventual vitória
judicial em instâncias superiores.
A CBF, agora sob intervenção, vive mais um capítulo de instabilidade que há anos compromete a governança do futebol brasileiro. Os próximos dias devem ser decisivos, com articulações intensas nos bastidores para a escolha do novo comando da entidade máxima do futebol no país.
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