quarta-feira, 14 de maio de 2025

Câmara aciona STF para garantir suspensão de ação penal contra Delegado Ramagem

            A Câmara dos Deputados ingressou nesta terça-feira (13) com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para assegurar a validade da decisão do plenário da Casa que suspendeu a ação penal contra o deputado Delegado Ramagem (PL-RJ). A medida foi apresentada por meio de uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) e visa garantir, inclusive com pedido liminar, que o processo criminal em curso contra o parlamentar seja paralisado na íntegra.

Ramagem é réu em uma ação que investiga a suposta participação da cúpula do governo Bolsonaro na tentativa de golpe de Estado. A denúncia foi recebida pela Primeira Turma do STF, que entendeu que, embora a Câmara possa deliberar sobre crimes cometidos após a diplomação do parlamentar — ocorrida em dezembro de 2022 —, não teria competência para suspender o trâmite de delitos cometidos anteriormente à posse no cargo.

Segundo ofício do STF, poderiam ser paralisadas apenas as investigações relacionadas a dois dos cinco crimes atribuídos a Ramagem: dano qualificado ao patrimônio público e deterioração de bem tombado. Os demais — abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa — teriam ocorrido antes da diplomação e, portanto, seguiriam em análise pelo Judiciário.

Contudo, contrariando esse entendimento, a Câmara decidiu suspender todo o processo. A base para a deliberação foi a prerrogativa constitucional do Parlamento de sustar ações penais contra seus membros, conforme prevê o artigo 53 da Constituição Federal, que trata da imunidade parlamentar por opiniões, palavras e votos, bem como da possibilidade de sustar o andamento de ações em curso.

Na ação protocolada no STF, a Câmara argumenta que a manutenção da ação penal viola os princípios da separação entre os Poderes e da imunidade parlamentar, enfraquecendo o sistema de freios e contrapesos previsto na Constituição. Os parlamentares alegam que a decisão soberana do plenário da Câmara deve ser respeitada e que cabe ao Legislativo deliberar sobre os limites da atuação penal contra seus membros.

Agora, o pedido de liminar será analisado pelo Supremo, e a decisão poderá impactar diretamente o trâmite da ação penal e reacender o debate sobre os limites da imunidade parlamentar frente a crimes de natureza grave. 

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