terça-feira, 15 de abril de 2025

TJPE concede liberdade provisória a policial militar que matou a "ficante" antes mesmo do corpo ser sepultado

Decisão revolta familiares da vítima; assassinato aconteceu em Jaboatão dos Guararapes e teve tentativa de forjar suicídio

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) concedeu liberdade provisória ao policial militar Leonardo Vieira Gomes, de 40 anos, preso em flagrante no último sábado (12) por assassinar a comerciante e estudante de gastronomia Amanda Carolina Pacheco Pereira, de 34 anos. A decisão foi proferida durante audiência de custódia ainda no fim de semana, antes mesmo de o corpo da vítima ser liberado para sepultamento.

O crime ocorreu no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife. Amanda estava no apartamento da madrinha, com quem mantinha relação próxima, quando foi morta com um tiro. Segundo relatos, a vítima e o policial estavam ingerindo bebidas alcoólicas no local. A madrinha, que dormia no momento do crime, acordou com o barulho do disparo e encontrou Amanda morta, com a arma na mão. Leonardo fugiu da cena logo após o assassinato.

Investigadores apontam que o sargento Leonardo tentou forjar um suicídio, colocando a arma – que seria de sua propriedade – na mão da vítima. A perícia constatou indícios de alteração na cena do crime, o que reforça a hipótese de simulação.

Apesar da gravidade dos fatos, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) solicitou a soltura do suspeito com aplicação de medidas cautelares, como o comparecimento periódico em juízo e a proibição de se ausentar da comarca. A juíza Brenda Azevedo Paes Barreto Teixeira, do plantão judiciário da Comarca de Jaboatão, acatou o pedido, justificando que o acusado possui residência fixa e é servidor público ativo, o que, na visão do Judiciário, reduz o risco de fuga ou obstrução da justiça.

A decisão gerou revolta entre os familiares da vítima. Um parente de Amanda, que preferiu não se identificar, afirmou que a liberação do acusado ocorreu de forma precipitada. “A família espera que o Ministério Público e o TJPE repensem, porque o suspeito foi liberado em condicional na audiência de custódia antes mesmo de o corpo ser liberado para sepultamento. Então, há uma incoerência”, desabafou.

Violência em alta - O caso de Amanda se soma a outros quatro feminicídios registrados apenas neste fim de semana em Pernambuco. A escalada da violência contra a mulher no estado acende um alerta e revela a fragilidade nas políticas públicas de proteção e segurança. Para entidades e movimentos sociais, a liberação do acusado representa mais um retrocesso no enfrentamento à violência de gênero. 

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