A sessão, marcada por
confusão e vaias, foi conduzida de forma simbólica. Deputados contrários ao
projeto se levantaram para indicar seus votos, enquanto os favoráveis
permaneceram sentados — um procedimento que passou despercebido pelo público
até ser denunciado pelo deputado Waldemar Borges (PSB). Ao alertar que a
proposta havia sido derrubada, Borges foi aplaudido pelos manifestantes, que
reagiram com gritos, cartazes e vaias à decisão.
O pedido de votação nominal,
feito por Borges, foi negado pelo presidente interino da sessão, Diogo Moraes
(PSB). Ainda assim, parlamentares favoráveis ao projeto decidiram formar uma
fila para registrar seus votos no microfone, em gesto de apoio à causa dos
concursados.
Segundo levantamento
informal, dos 35 deputados presentes, 11 se manifestaram a favor e 24 contra a
proposta — números que frustraram as expectativas dos manifestantes, que
apostavam na sensibilidade da Casa para acabar com o dispositivo que exclui
candidatos aprovados com desempenho mínimo de etapas posteriores do concurso.
Clima quente - O ápice da
tensão veio durante o pronunciamento do deputado João Paulo (PT), que enfrentou
duras críticas da plateia. Aos gritos de “covarde” e “comprado”, ele tentou se
posicionar, mas foi interrompido diversas vezes. “Na democracia, perdemos e
ganhamos”, declarou, sob uma enxurrada de vaias. O clima ficou tão carregado
que o presidente da sessão naquele momento, William Brigido (Republicanos),
ameaçou esvaziar o plenário com o apoio da segurança da Casa.
Um dos principais argumentos
contrários ao projeto veio do deputado Antônio Moraes (PP), que classificou a
proposta como inconstitucional, por interferir em concursos já em andamento.
"Isso iria gerar um problema gravíssimo", justificou. Questionado
sobre a aprovação do texto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da qual
também faz parte, Moraes foi direto: “Era para ter sido rejeitado.
Infelizmente, passou”.
As cláusulas de barreira têm
sido alvo de críticas por restringirem o número de candidatos que podem avançar
no processo seletivo, mesmo que tenham obtido nota suficiente para aprovação. O
projeto rejeitado buscava ampliar o acesso à segunda etapa dos concursos,
garantindo mais transparência e justiça no processo seletivo, especialmente em
setores como a segurança pública, onde há déficit de efetivo.
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