quarta-feira, 9 de abril de 2025

Mensagens indicam que ex-secretário recebia propina para garantir “festa” de presos

              A prisão preventiva do ex-secretário executivo da Administração Penitenciária e Ressocialização de Pernambuco, André de Araújo Albuquerque, decretada nesta terça-feira (8), aprofunda a crise de credibilidade no sistema prisional do estado. Ele é o alvo mais recente da Operação La Catedral, conduzida pela Polícia Federal, que apura um esquema de corrupção envolvendo servidores públicos e benefícios ilegais a detentos do Presídio de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife.

A ação, que teve início no dia 25 de fevereiro, já havia levado à prisão oito policiais penais, incluindo o então diretor da unidade, Charles Belarmino de Queiroz. Com a nova etapa, o foco se volta para as esferas superiores da gestão penitenciária, revelando a capilaridade do esquema criminoso.

Segundo a investigação, mensagens extraídas de celulares de policiais penais detidos na primeira fase da operação comprovaram que o ex-secretário recebia participação nos lucros obtidos por meio das irregularidades cometidas dentro da unidade prisional. Entre os benefícios trocados por pagamentos ilícitos estavam entrada de drogas, bebidas alcoólicas, comidas, garotas de programa e fraudes em documentos para progressão de regime.

As recompensas aos agentes variavam entre transferências via Pix, joias e alimentos de alto valor comercial, segundo a apuração da PF. O caso mais simbólico da fragilidade do sistema ocorreu recentemente, quando um ex-detento beneficiado ilegalmente com o regime semiaberto foi localizado e preso em Patos (PB) após cortar a tornozeleira eletrônica e fugir.

A prisão de André Albuquerque foi realizada em sua residência, no bairro do Prado, Zona Oeste do Recife. No local, foram apreendidos uma arma funcional, celulares e uma caminhonete Amarok. Após ser ouvido na sede da Polícia Federal, ele foi encaminhado ao Complexo Prisional de Itaquitinga, na Mata Norte.

O caso gera repercussão nacional e levanta questionamentos sobre os mecanismos de controle e fiscalização nos presídios, além da responsabilidade da alta gestão pública na perpetuação de práticas que violam direitos, comprometem a justiça penal e colocam em risco a segurança pública.

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