quinta-feira, 24 de abril de 2025

Governo anuncia suspensão e devolução de descontos indevidos de aposentados do INSS

Medida emergencial pode impactar até R$ 6,3 bilhões em cobranças feitas desde 2019; operação investiga irregularidades nos acordos com entidades

Brasília – O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Marques de Carvalho, anunciou nesta quinta-feira (24) uma medida drástica e inédita: a suspensão imediata de todos os descontos mensais realizados por sindicatos e associações diretamente na folha de pagamento de aposentados e pensionistas do INSS. A decisão, segundo o ministro, visa reorganizar um sistema marcado por fraudes e falta de transparência.

A medida já valerá para os contracheques de maio de 2025, segundo confirmaram a CGU e o INSS. Com isso, os beneficiários não precisam procurar agências para evitar novos prejuízos — os descontos não serão mais repassados às entidades e, se cobrados indevidamente neste mês, serão ressarcidos automaticamente no mês seguinte.

Investigação revela salto nos valores descontados - De acordo com auditorias da CGU, os valores repassados a entidades cresceram de forma acelerada nos últimos anos. Em 2016, os descontos somaram R$ 413,2 milhões. Já em 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro, o valor subiu para R$ 604,6 milhões. O salto mais expressivo, no entanto, ocorreu em 2023, sob a gestão do presidente Lula, quando o total chegou a impressionantes R$ 1,3 bilhão.

Até o momento, estima-se que desde 2019 tenham sido descontados cerca de R$ 6,3 bilhões dos aposentados e pensionistas, embora ainda não se saiba exatamente quanto disso foi feito de maneira irregular.

Plano de devolução em elaboração

A diretora de Orçamentos, Finanças e Logística do INSS, Débora Floriano, informou que será elaborado um plano de ressarcimento completo. Segundo ela, a devolução integral dos valores dependerá do levantamento detalhado do prejuízo real causado aos segurados.

“Trata-se de um compromisso do governo com os nossos aposentados. Com base em uma força-tarefa conjunta, vamos garantir que cada valor descontado de forma indevida seja devolvido”, disse Débora.

Segundo o ministro Vinicius Carvalho, todos os acordos de cooperação técnica com entidades sindicais e associativas serão suspensos. “Estamos diante de uma oportunidade histórica de reestruturar e garantir integridade a um sistema que foi capturado por práticas abusivas. Para isso, precisamos interromper todos os acordos vigentes com essas entidades”, enfatizou.

A decisão deve gerar forte impacto nos bastidores políticos e nas estruturas sindicais que vinham se beneficiando dos repasses automáticos. Ao mesmo tempo, sinaliza um novo momento de fiscalização e proteção aos direitos dos aposentados.

A medida está sendo considerada como um divisor de águas na gestão da folha do INSS, e o governo promete transparência e rigor nos próximos passos.


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