terça-feira, 8 de abril de 2025

Ausência de deputados do governo trava projeto que beneficiaria aprovados nas Polícias Civil e Científica

                A esperança deu lugar à frustração para dezenas de aprovados nos concursos das Polícias Civil e Científica de Pernambuco que acompanharam, das galerias da Assembleia Legislativa (Alepe), a sessão desta terça-feira (8). Eles aguardavam a votação final do Projeto de Lei nº 2084/2024, que extingue a chamada cláusula de barreira — dispositivo que impede a formação de cadastro de reserva, mesmo quando há candidatos aprovados.

A proposta, de autoria do deputado Izaías Régis (PSDB), havia sido aprovada por unanimidade em primeira discussão, mas acabou travada na segunda votação por um motivo que causou indignação: a ausência de deputados da base do governo estadual, o que impediu a formação do quórum mínimo de 25 votos.

Com 18 parlamentares presentes, todos da oposição e de grupos independentes, o projeto não pôde avançar, mesmo diante do apoio massivo de entidades como o Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis), APOC (Associação dos Peritos Oficiais), APEMEPE (Associação Pernambucana dos Médicos Legistas) e comissões de aprovados.

O clima no plenário da Alepe era de revolta. Muitos dos concursados que compareceram à sessão aguardam há anos pela chance de servir à população.

A cláusula de barreira impõe um corte no número de classificados aptos, impedindo que o Estado aproveite o restante dos aprovados, mesmo quando há demanda por novos profissionais. Com isso, o governo é obrigado a realizar novos concursos, mesmo tendo à disposição candidatos já treinados e testados — o que gera mais custos e demora na reposição de quadros.

Pernambuco não convoca aprovados para as forças policiais civil há oito anos. A escassez de efetivo já se reflete no dia a dia das delegacias e unidades de perícia. Investigações são paralisadas, perícias demoram a ser concluídas, e o atendimento à população sofre.

O PL 2084/2024 não obriga o Estado a convocar todos os aprovados, mas garante base legal para aproveitamento conforme a necessidade administrativa — algo que pode ser crucial diante do atual déficit de servidores.

Durante os debates, deputados criticaram duramente a ausência da base governista e a atuação de setores do governo estadual. “A população está sendo penalizada por um jogo político. A segurança pública pede socorro, e o governo vira as costas”, declarou um parlamentar da oposição.

O presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), se comprometeu a recolocar o projeto em pauta nesta quarta-feira (9), reacendendo a esperança dos concursados.

A mobilização segue firme nas redes sociais e nas ruas. Para os aprovados, cada dia de espera significa mais atraso na prestação de um serviço essencial ao povo pernambucano.

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