segunda-feira, 14 de abril de 2025

Adeus a um gigante das palavras: morre Mario Vargas Llosa, Nobel de Literatura, aos 89 anos

            Lima amanheceu mais silenciosa neste domingo (13). Silenciosa como se tentasse respeitar o luto da literatura. Foi na capital do Peru que o mundo se despediu de Mario Vargas Llosa, aos 89 anos, um dos maiores escritores latino-americanos de todos os tempos. A notícia da morte foi anunciada pelo seu filho, Álvaro, com o peso e a emoção que se espera quando se perde um pai – e quando o mundo perde uma referência.

Nobel de Literatura em 2010, Vargas Llosa foi muito mais do que um autor de best-sellers e romances aclamados. Ele foi um cronista profundo da alma humana, um tradutor das contradições sociais e políticas da América Latina. Sua escrita, sempre carregada de coragem e lucidez, ultrapassou as páginas para tocar consciências, incomodar estruturas e emocionar leitores de todas as idades.

Autor de clássicos como A Cidade e os Cachorros, Conversa na Catedral e A Festa do Bode, Vargas Llosa viveu com intensidade cada papel que assumiu: escritor, ensaísta, jornalista, professor universitário e até político — chegou a disputar a presidência do Peru em 1990. Mas foi na literatura que deixou seu legado mais duradouro, ao iluminar com palavras os becos escuros da história e da condição humana.

O Peru perde um de seus filhos mais ilustres. A América Latina perde um de seus narradores mais sensíveis e ferozes. E o mundo, um pensador inquieto, que nunca se calou diante das injustiças.

Hoje, o silêncio que paira em Lima é também o silêncio de milhares de leitores espalhados pelo planeta. Silêncio de respeito, de gratidão, de saudade. Mas não de esquecimento. Porque escritores como Vargas Llosa não morrem: eles viram páginas eternas.

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