"É muito importante
trazer aqui o presidente da Câmara e o presidente do Senado. Porque uma coisa
que quero mudar, estabelecer relações com vocês. Por isso, coloquei essa mulher
bonita para ser ministra de Relações Institucionais, porque não quero mais ter
distância de vocês", declarou o presidente.
A fala, além de reduzir a
qualificação da nova ministra a sua aparência, reforça um estereótipo sexista
ao sugerir que a presença de uma mulher na articulação política serviria como
estratégia para aproximar o governo dos líderes do Congresso. Gleisi Hoffmann,
deputada licenciada e ex-presidente nacional do PT, assumiu a pasta responsável
pelo diálogo com o Legislativo na última segunda-feira (10).
No discurso de posse, a
ministra destacou sua missão de fortalecer a interlocução entre governo e
Congresso, além de dialogar com organizações da sociedade civil. "Chego
para somar, dialogar com as forças políticas do Congresso e com as expressões
da sociedade, suas organizações e movimento", afirmou Gleisi.
A declaração de Lula contrasta com o próprio compromisso do governo em defender a igualdade de gênero e valorizar a presença feminina em espaços de poder. Críticas surgiram rapidamente nas redes sociais, apontando o machismo implícito na justificativa para a escolha da ministra, inclusive da apresentadora do Jornal da Band, Adriana Araújo. A nomeação de mulheres para cargos de alto escalão deve ser baseada em competência e experiência política, não em atributos físicos.
A controvérsia levanta um alerta sobre a importância de um discurso público que reconheça o protagonismo feminino na política sem recorrer a clichês ultrapassados. Em um país onde mulheres ainda enfrentam dificuldades para ocupar espaços de decisão, é fundamental que lideranças reforcem o respeito e a valorização da competência feminina, sem reduzir sua presença a aspectos estéticos.
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