sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Justiça Eleitoral avança em investigação sobre abuso de poder em Arcoverde

                      A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) nº 0600289-84.2024.6.17.0057, apresentada pela coligação Unir para Reconstruir, que segue apurando suposto abuso de poder político e econômico nas eleições municipais de 2024, envolvendo o prefeito de Arcoverde, Zeca Cavalcanti (Pode), o vice-prefeito Siqueirinha, e o ex-prefeito Wellington Maciel (MDB), tem um novo capítulo. A ação investiga uma série de irregularidades que teriam ocorrido durante o período eleitoral, incluindo transações financeiras suspeitas.

Em decisão publicada no Diário Oficial eletrônico do TRE-PE, com data de 27 de janeiro, mas disponibilizado já nesta sexta (24), o juiz eleitoral da 57ª Zona, Dr. Cláudio Márcio Pereira Lima, confirmou que a citação da investigada, a empresária Roseane Tenório dos Santos, foi cumprida e determinou o prazo de dois dias para que as partes apresentem as provas que pretendem produzir, a fim de concluir o processo.

A polêmica envolvendo a Construtora Victória Ltda.

Um dos pontos centrais da investigação é um cheque de R$ 1 mil, enviado via Pix pela Construtora Victória Ltda. ao ex-servidor público Bruno Cavalcanti. A transação, que ocorreu em 28 de setembro de 2024, é apontada como um indício de compra de apoio político, pois, segundo Bruno, o valor foi condicionado à garantia de sua manutenção no emprego e ao apoio à candidatura de Zeca Cavalcanti, Siqueirinha e do candidato a vereador pelo PP.

Em entrevista, Bruno apresentou o comprovante do Pix e afirmou que foi coagido a apoiar os candidatos do grupo político conhecido como “candidato amarelo”. A carta precatória enviada à 76ª Zona Eleitoral de João Pessoa-PB busca esclarecer a natureza da transação financeira e colher depoimento da empresária sócia da Construtora Victória, que tem ligações com o ex-secretário e vereador eleito Paulinho Wanderley (PP).

Alegações da defesa

A defesa de Thais Targino, outra sócia da Construtora Victória e esposa do vereador eleito Paulinho Wanderley, sustenta que o pagamento de R$ 1 mil foi feito a título de contrato de propaganda da empresa. Conforme os advogados de defesa, o contrato firmado no valor de R$ 2 mil incluía a produção de publicidade e, portanto, não haveria relação com as eleições. A defesa ainda classificou as declarações de Bruno como “fatos distorcidos” e uma tentativa de criar um fato político.

Apesar dessas argumentações, a Justiça Eleitoral considera relevante o momento em que a transação ocorreu – às vésperas do pleito – e a vinculação com relatos de perseguição política que Bruno diz ter sofrido no emprego. Além disso, a defesa mencionou que o valor poderia ter sido destinado para quitar uma dívida com o candidato a vice-prefeito da chapa do PSB.

Com a carta precatória emitida e a intimação cumprida, o processo está em vias de conclusão. As partes têm o prazo de dois dias para apresentar as provas que considerem pertinentes, conforme a decisão judicial. O resultado dessa investigação poderá ter um impacto significativo no cenário político de Arcoverde, caso o abuso de poder seja comprovado. Caso o juiz considere que os fatos não influenciam no resultado das eleições, a ação pode ser rejeitada. Lembrando que o caso ainda está na primeira instância, podendo ter recursos para o TRE-PE e o TSE, por ambas as partes.

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