terça-feira, 24 de setembro de 2024

Opinião: A eleição das pesquisas eletros movimenta disputa em Arcoverde

               Divulgadas como fosse um resultado de eletroencefalograma com traços para cima e pra baixo e números cada vez mais díspares, as pesquisas se transformaram em mais um instrumento de propaganda, cara por sinal, na disputa eleitoral em Arcoverde. Se pegarmos os quatro últimos levantamentos feitos, os números vão de 9,5% de diferença entre os dois principais candidatos: Zeca (Podemos) e Madalena (PSB) a 33%, passando por 25% e 19% na maior naturalidade. Confusão na cabeça do eleitor sobre a vontade popular do voto.

No dia 1º de setembro, a Naipes divulgou uma pesquisa (PE-08637/2024), que apontava Zeca com 47,5% das intenções de voto, enquanto Madalena soma 38,0%. A diferença registrada era de 9,5%. João do Skate tinha 3%.

Também no dia 1º de setembro, o Instituto Datatrends (PE-08444/2024) finalizava uma pesquisa que apontava Zeca com 52%, seguido por Madalena Brito com 27%. Uma diferença de 25%. Em duas pesquisas, finalizadas no mesmo dia, a diferença entre as duas já torna-se absurda. Mais de 15 pontos percentuais entre uma e outra.

Mas se alguém achava pouco, a Múltipla finaliza uma pesquisa (PE-08399/2024) dia 12 de setembro, e a diferença, acreditem, sobe mais que o ponteiro do eletroencefalograma e dispara para 33% entre Zeca e Madalena. O ex-deputado federal aparece com 59% contra 26% da candidata socialista. Algo inimaginável diante dos eventos de ruas promovidos pelos dois candidatos. Multidões medidas à olho.

Mas se já era pouco as disparidades entre os tais Institutos de Pesquisas, o IPEC troca de emissora tradicional de divulgação e anuncia, agora, em pesquisa (PE-08019/2024) finalizada no dia 20 de setembro, uma diferença de 19% entre Zeca e Madalena, com o primeiro somando 54% contra 35% da segunda. O que, se fosse a secura dos números, indicaria que Zeca perdera 14 pontos de diferença em apenas uma semana e Madalena teria crescido em intenção de voto 9 pontos percentuais.

Mas, a expectativa agora é para o efeito do eletroencefalograma que virá com os novos números do Datrends, que teria começado a ser levantado hoje (23) e seria finalizado dia 25, com previsão para serem divulgados no dia 27. Se depender dos traços das últimas pesquisas das páginas amarelas, a diferença vai deixa a do IPEC para trás, resta saber se chega perto da Múltipla ou se supera. Vai ao gosto do freguês.

Como se diz, pesquisa não se discute, principalmente se você não é o contratante, se comenta. O que estranha mesmo são as disparidades nos números que oscilam em poucos dias de uma diferença de 9,5% para 33% e cai para 19% na maior naturalidade, embora as campanhas de ruas dos dois candidatos se assemelham. O bom mesmo são as explicações dos institutos, que vão além dos números e buscam justificar seus números com análises das campanhas dos candidatos.

Por fim, como os próprios donos dos institutos dizem, a pesquisa é retrato do momento, embora que em Arcoverde esse retrato anda saindo meio troncho, e que as urnas poderão confirmar ou não a tal dinâmica dos números e o favoritismo vendido por eles. 

FOTOGRAFIA 3X4 - Durante a apresentação dos dados do IPEC, destacou-se a importância de se entender que pesquisas são uma “fotografia do momento” e não uma previsão exata do resultado das eleições. Chamou a atenção para o alto nível de indecisos e o potencial de mudança até o dia da eleição, frisando que “toda pesquisa tem seus limites, e o comportamento dos eleitores pode mudar nos dias que antecedem a votação.” Ou seja, tem muita estrada pela frente.

CORTINA DE FUMAÇA – A última pesquisa do IPEC (PE-08019/2024) revelou o que já se sabe: o jogo de esconde-esconde que o candidato do Podemos, Zeca, faz com o prefeito Wellington Maciel (MDB), que bate o recorde de desaprovação, com 77%. Segundo o estatístico do instituto, 50% dos eleitores de Zeca não sabem da aliança dele com o prefeito Wellington. Um esconde o outro para evitar desgastes eleitorais diante da alta rejeição do prefeito. LW é proibido de subir no palanque do candidato do Podemos.

REJEIÇÃO EM ALTA – A mesma pesquisa (PE-08019/2024) também revelou a insatisfação dos eleitores com a gestão do atual prefeito Wellington da LW, aliado do candidato Zeca. Segundo os dados, 77% dos entrevistados desaprovam a administração atual, enquanto apenas 17% aprovam. Outros 6% não souberam ou não quiseram responder. A pesquisa contou com 304 entrevistas realizadas entre os dias 18 e 20 de setembro. A margem de erro é de 5,62%. 

MARGEM DE ERRO – Um dos pontos que permitem aos institutos chegarem ao dia da eleição com dados cada vez mais próximos da realidade, é a chamada margem de erro. Se se considerar a última do IPEC, o candidato do Podemos, Zeca, pode ter uma intenção de voto à menor, indo a 48,38%; assim como a candidata do PSB, Madalena, pode ter à maior, indo a 40,62%. Caso a margem de erro siga essa linha, considerando a menor intenção do candidato do Podemos e a maior da socialista, a diferença entre os dois ficaria na casa dos 7,76%. Se depender das cenas dos arrastões de ambos no final de semana, a proximidade está mais para esse número.

CAMISA FORA – Após a baixa dos quatro candidatos do PP, ontem foi a vez de um candidato do MDB de Arcoverde anunciar sua renúncia a candidatura de vereador. Trata-se de Walmir de Lira, que integra a chapa encabeçada pelo atual vereador e candidato Luciano Pacheco, e que gravou um vídeo jogando a camisa amarela no chão. “Não iremos apoiar nem Zeca e nem Wellington, nem esses candidatos a vereador”, disse Walmir revoltado com a promessa de limpar uma barragem que não foi feita. Ele ainda cobrou do prefeito Wellington dois meses de pagamento atrasado. É bronca!

DE REJEITADA À COBIÇADA – A grande novidade das eleições de Arcoverde nos últimos dias vem sendo protagonizada pela ex-vereadora Zirleide Monteiro (PP). Candidata pela legenda, ela agora é o único nome feminino a compor a chapa dos progressistas à Casa James Pacheco. Antes rejeitada pelas legendas, a ex-vereadora agora vem sendo cobiçada e tem nas mãos o futuro da chapa do PP. Com a saída das outras duas mulheres, o partido agora só pode ter dois homens para fazer valer a lei das cotas, que prevê 30% de candidaturas femininas. Dos cinco nomes existentes: Paulinho, Everaldo Lira, Jarbas Oliveira, Bolinho e Romero Pacheco, só dois podem escapar.

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