De acordo com pessoas
próximas da investigação, Lessa não queria colaborar, mas mudou de ideia depois
que Élcio de Queiroz o entregou como o executor dos assassinatos, o criminoso
que puxou o gatilho. Foi a partir daí que ele aceitou colaborar com a investigação
federal.
No primeiro depoimento,
foram duas horas de revelações gravadas em áudio e vídeo. Lessa contou o que
mais se buscava dele: quem o contratou para executar o assassinato de
Marielle.
Além de entregar os
mandantes e as circunstâncias da morte da vereadora, o ex-PM deu detalhes de
reuniões que manteve com quem o contratou, antes e depois dos homicídios.
Assim, Lessa forneceu uma
série de indícios, circunstâncias e provas não apenas do seu envolvimento na
execução do duplo assassinato, mas sobretudo sobre quem estava por trás da
encomenda das mortes. E por que os mandantes desejavam matar de Marielle
Franco.
Ronnie Lessa está em cela
isolada na penitenciária federal de Campo Grande (MS). Foi lá, em agosto de
2023, que ele tomou conhecimento de que Élcio de Queiroz estava colaborando com
a investigação da PF e do MP do Rio.
Ouviu dos investigadores
tudo que o Élcio disse sobre a participação dele, Ronnie Lessa, na execução do
plano de morte de Marielle. O ex-PM sentiu que não fazia mais sentido segurar
tudo sozinho. Decidiu, então, falar também.
Os mandantes, segundo Lessa,
integram um grupo político poderoso no Rio de Janeiro com vários
interesses em diversos setores do Estado. O ex-PM deu detalhes de encontros com
eles, indícios sobre as motivações. E tudo passou a ser verificado pela força
tarefa de policiais e membros do Ministério Público. Assim, foi se consolidando
a delação premiada, que acaba de ser autorizada pelo STF.
O caso foi parar no Supremo
pois há suspeita de envolvimento de parlamentar do Congresso Nacional. Diligências
ainda estão em curso para fechar de vez a investigação e atribuir criminalmente
responsabilidades sobre o mando da morte de Marielle Franco e
de Anderson Gomes.
Do presídio federal em Campo Grande, Ronnie Lessa participou na segunda-feira (18) de videoconferência com o juiz que integra a equipe do ministro Alexandre de Moraes. Ele confirmou os termos dos depoimentos prestados e revelações feitas ao longo da investigação policial do ano passado.
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