Apenas três cidades, todas
localizadas na Região Metropolitana, conseguiram atender satisfatoriamente aos
critérios avaliados pela pesquisa, sendo elas Abreu e Lima, Recife e Jaboatão
dos Guararapes, que ocupam, respectivamente, as três primeiras posições do
ranking pernambucano. Outras 20 estão em patamar considerado bom, já que
obedecem as premissas básicas da pesquisa. Na lanterna da lista, estão
territórios como Xexéu, Verdejante, Primavera, Timbaúba, Orocó, Tracunhaém,
Igarassu, Carpina e Ilha de Itamaracá. O levantamento, elaborado pela Federação
das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), considera quatro eixos de
classificação. No indicador de autonomia, que leva em conta a capacidade de
financiar a estrutura administrativa pagando as próprias contas, 84 municípios
pernambucanos receberam nota zero.
Já no quesito gastos com
pessoal, 34 deles também conferiram a avaliação mais baixa. Neste, as
administrações ultrapassaram 60% da receita corrente líquida para honrar a
folha de pagamento dos servidores, contrariando a Lei de Responsabilidade
Fiscal. O estudo destaca ainda a liquidez das prefeituras, versando sobre a
capacidade de preservar dinheiro na conta para pagar obrigações postergadas, os
chamados restos a pagar. Neste cenário, 25 municípios também zeraram a prova,
encerrando 2022 sem saldo no caixa e já iniciando 2023 devendo. O último tópico
é o de investimentos, que observa o que foi utilizado para obras, serviços e
demais iniciativas em favor do cidadão. No panorama, 81 localidades de Pernambuco
foram identificadas como nível crítico, acompanhando um recorte presente na
maioria da região Nordeste.
"Pernambuco teve um
índice mais baixo que o apanhado geral do restante do país, o que demonstra uma
situação fiscal bastante preocupante, com falhas na administração das receitas
e, consequentemente, um orçamento bem mais rígido. Esta dependência da
transferência de recursos, sobretudo do Governo Federal, continua criando uma
atmosfera de muitas incertezas na administração pública”, explica a economista
Nayara Freire, responsável pelo estudo.
Segundo a especialista em estudos da Firjan, a aprovação da reforma tributária, e os ajustes nas regras no Fundo de Participação dos Municípios (FPM) são instrumentos que podem colaborar para a transformação do cenário deficitário. “A distribuição de mais receita não é o caminho principal para a solução do problema, mas apenas um atalho para um alívio de curto prazo. Se faz necessária uma discussão mais ampla da organização administrativa brasileira, incluindo também punições para os maus gestores”, complementa.
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