Nos dois episódios
criminosos, aparece um mesmo nome e dono de telefone celular: Márcio
Moufarrege, o Macaco. No caso de tráfico internacional, ele é acusado de
movimentar dinheiro dos fornecedores que compraram a droga entregue para o
sargento preso em Sevilha, na Espanha, em 24 de junho de 2019.
Após uma série de falhas na
fiscalização na Base Aérea de Brasília, Manoel Silva Rodrigues embarcou com 39
quilos de cocaína na bagagem. Ao desembarcar, acabou preso.
Já no caso da fraude
internacional em licitação, Moufarrege é investigado por transferir dinheiro
clandestinamente, entre os Estados Unidos e o Brasil, para os militares
envolvidos na tentativa de fornecimento de 9.360 coletes balísticos para a
Polícia Civil do Rio. A operação total teria sobrepreço de R$ 4,6 milhões, em
compra orçada em cerca de R$ 40 milhões e feita por intermediação do Gabinete
da Intervenção Federal (GIF), comandado pelo general Braga Netto.
Posteriormente, houve
estorno do valor pago. Um ano depois, Braga Netto se tornou ministro da Casa
Civil de Bolsonaro.
Em um print de conversa
destacado no inquérito sobre Operação Perfídia, deflagrada ontem e que envolve
o Braga Netto, o doleiro foi flagrado usando um fundo de tela de avião militar.
Moufarrege é réu na Justiça
Militar por associação para o tráfico no caso do avião da FAB. Ele chegou a ser
alvo de busca e apreensão, em 2021. Na época, trabalhava como personal trainer
e andava com carrões importados que, aos olhos dos investigadores, demonstraram
que sua atividade profissional deveria ser outra.
Nessa terça-feira (12/9), um
endereço ligado a ele foi novamente revistado pelas autoridades, em Brasília.
Desta vez, os investigadores
coletaram provas do envolvimento de Macaco com uma operação de dólar-cabo, que
trouxe dinheiro dos Estados Unidos para o Brasil. Os pagamentos seriam os
adiantamentos vindos da fornecedora de coletes, de um contrato de R$ 650 mil
para consultorias e outros serviços para otimização da aquisição.
Para os investigadores, há a
suspeita de que, na verdade, tratava-se de propina para facilitar a
contratação. Segundo a PF, em 18 de setembro de 2019, Macaco transferiu R$ 25
mil para contas do coronel Robson Queiroz, ligado ao gabinete do interventor e
que, inclusive, teria participado de jantar na casa de Braga Netto.
No dia seguinte, mandou mais R$ 25 mil para uma empresa do general Paulo Assis, possivelmente um lobista na operação. Os investigadores destacam que, durante a transação, o coronel Queiroz ainda era membro da ativa no Comando Militar do Leste (CML). À época, não havia ainda sido registrado o estorno do dinheiro público pago – e o negócio ainda tinha chances de ir à frente. Do Metrópole
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