A ordem foi expedida no
último dia 12 de dezembro e mira um número limitado de bolsonaristas – oito, ao
todo. Só que, no despacho, o ministro autoriza que também sejam quebrados os
sigilos de todas as pessoas que mantiveram contato com esses investigados, o
que amplia indefinidamente o número de alvos e, como o leitor verá a seguir,
tende a levar para debaixo da lupa de Moraes ligações, mensagens e outros
segredos do alto comando do bolsonarismo.
Além do sigilo telefônico,
está abarcada na decisão a quebra de dados telemáticos dos aparelhos celulares.
Informações armazenadas em servidores de e-mail e de aplicativos de mensagens,
por exemplo, poderão ser acessadas.
Os alvos iniciais da quebra
entraram na mira do ministro por promover ataques às instituições,
especialmente ao Supremo e ao Tribunal Superior Eleitoral. A coluna optou por
não revelar os nomes dos investigados para não atrapalhar as apurações.
Entre os oito há políticos
com mandato. Até por isso, é de se esperar que pelo menos uma parte deles
mantivesse contato direto com a cúpula do governo, em Brasília. Daí em diante é
possível supor o teor bombástico da medida. Como a decisão autoriza a quebra do
sigilo das pessoas com as quais os investigados se comunicavam, seus
interlocutores graduados estarão também abarcados pela medida.
Se um dos investigados falou com um juiz, com um jornalista, com um ministro de Estado, com um general ou até com o presidente da República, a quebra de sigilo de qualquer um desses interlocutores está automaticamente autorizada por Moraes. É, por assim dizer, uma quebra de sigilo no atacado – que começa com personagens demarcados, mas que contempla, na mesma decisão, um universo indefinido de outros alvos.
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