Após a posse no Palácio
do Planalto, na Praça dos Três Poderes, o presidente eleito Luiz
Inácio Lula da Silva recebeu de sete representantes da sociedade civil
a faixa presidencial. Em um momento histórico, o presidente eleito recebeu
a faixa das mãos de uma mulher negra, que esteve representando as demais
pessoas da sociedade civil brasileira. Além deles, esteve acompanhando Lula a
sua cachorra ‘Resistência’.
Resistência, a cadelinha adotada por Lula enquanto esteve preso em Curitiba (PR), por 580 dias, também esteve presente na cerimônia, e subiu a rampa do Palácio do Planalto. A presença da cadela, era um desejo da esposa do presidente, Janja.
Em seu primeiro discurso do
terceiro mandato como presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pregou
neste domingo uma reconstrução do país e da democracia. Lula repetiu o discurso
de posse de 2003, quando assumiu pela primeira vez o cargo, ao enfatizar que
seu governo terá como compromisso o combate à fome, tema que apontou como
"sintoma da devastação no país nos anos recentes".
“Vinte anos atrás, iniciei o
discurso de posse com a palavra mudança. Disse naquela ocasião que a missão de
minha vida estaria cumprida quando cada braseiro pudesse fazer três refeições
por dia”, relembrou Lula.
“Ter que repetir este
compromisso hoje diante do avanço da miséria e da fome que havíamos superado é
o mais grave sintoma da devastação no país nos anos recentes. Hoje, a mensagem
ao país é de esperança e reconstrução”, destacou.
O petista também usou sua
fala no plenário da Câmara para pregar “democracia para sempre” e indicou que
seu mandato não terá "nenhum ânimo de revanche", mas que "quem
errou responderá por seus erros".
“Não temos nenhum ânimo de
revanche, mas vamos garantir o primado da lei. Quem errou responderá por seus
erros, com direito à ampla defesa dentro do devido processo legal. Ao ódio
responderemos com amor, à mentira com verdade, ao terror e violência com as
leis e suas mais duras consequências. Antes dizíamos “ditadura nunca mais”.
Depois do terrível desafio que superamos, devemos dizer: “Democracia para
sempre”. Para confirmar essas palavras, teremos de reconstruir em bases sólidas
a democracia em nosso país”, afirmou o petista.
Com críticas à gestão de
Jair Bolsonaro (PL), Lula citou ainda um diagnóstico "estarrecedor"
da equipe de transição de governo, ao se referir ao legado deixado pelo seu
antecessor:
Em outro momento, Lula
prestou solidariedade às famílias das quase 700 mil vítimas da pandemia de
Covid-19 no Brasil e voltou a criticar o governo Bolsonaro, que classificou
como "negacionista, obscurantista e insensível à vida" e de
"atitude criminosa".
“As responsabilidades por
este genocídio hão de ser apuradas e não devem ficar impunes”, disse o
presidente.
Promessas
Como resposta, o
presidente anunciou medidas para reorganizar a estrutura do Poder Executivo,
retomada de obras paralisadas, política de valorização permanente do salário
mínimo, financiamento e cooperação internacional e nacional e a atuação dos
bancos e empresas públicas como "indutores de crescimento e
inovação".
O petista apontou ainda a
necessidade de revogar medidas em diversas áreas, como a facilitação do acesso
às armas, e prometeu rever o teto de gastos, ao falar da importância do Sistema
Único de Saúde (SUS) na pandemia e da necessidade de recursos para a saúde.
Lula também enfatizou o peso da agenda ambiental no seu governo e relembrou o
compromisso de campanha de alcançar o desmatamento zero na Amazônia:
“Nenhum outro país tem as
condições do Brasil para se tornar uma grande potência ambiental, a partir da
criatividade da bioeconomia e dos empreendimentos da socio-biodiversidade.
Vamos iniciar a transição energética e ecológica para uma agropecuária e uma
mineração sustentáveis, uma agricultura familiar mais forte, uma indústria mais
verde”, disse Lula.
“Nossa meta é alcançar o
desmatamento zero na Amazônia e emissão zero de gases do efeito estufa na
matriz elétrica, além de estimular o reaproveitamento de pastagens degradadas.
O Brasil não precisa desmatar para manter e ampliar sua estratégica fronteira
agrícola”, pontuou.
Outra tônica do discurso de
Lula foi a diversidade. O presidente lembrou a criação do Ministério dos Povos
Indígenas e da Promoção da Igualdade Racial, apontou "dívida
histórica" do país com a população indígena e disse não ser admissível que
"negros e pardos continuem sendo a maioria pobre e oprimida" e que
"as mulheres recebam menos que os homens, realizando a mesma função".
“Uma nação não se mede apenas por estatísticas, por mais impressionantes que sejam. Assim como um ser humano, uma nação se expressa verdadeiramente pela alma de seu povo. A alma do Brasil reside na diversidade inigualável da nossa gente e das nossas manifestações culturais”, afirmou.
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