Em coletiva de imprensa no
Escritório da Transição, no bairro de Santo Amaro, no Recife, ela mostrou dados
sobre a situação do Estado em diversas áreas e as ações que o Executivo vem
realizando, destacando os desafios em cada segmento. Também defendeu a
necessidade uma reforma administrativa para melhorar os gastos
públicos.
Krause começou a
apresentação lembrando que mais da metade da população pernambucana vive em
situação de pobreza, com 18% em estado de miséria. Além disso, ela afirmou
que o Estado tem hoje mais de 400 obras paralisadas e que, com
elas, já foram gastos R$ 5 bilhões. Um aspecto que chamou a atenção da
equipe de transição foram medidas tomadas já durante o processo de transição,
após as eleições.
"Durante a transição, a
gente encontrou fatos relevantes. O pagamento de R$ 400 milhões em obras
de drenagem em Suape, um proceso que teve início em 2011 ainda e, no final
do periodo eleitoral, se chegou a um desfecho jurídico, num acordo que foi
feito e que representou quase meio milhão de reais. Uma ineligibilidade de
licitação de R$ 84 milhões para obras no Complexo do Curado. Desapropriações de
imóveis feitas às pressas. Nós pedimos a suspensão desses processo, mas o que
houve foi uma mudança do status desses processos, inclusive, num status de
sigilo", afirmou, acrescentando que pediu mais informações sobre a
doação do terreno hoje ocupado pelo Espaço Ciência, mas não teve o ofício
respondido.
Outro tema bastante lembrado pela vice-governadora eleita foi a qualidade dos
gastos públicos deste segundo semestre de 2022. De acordo com ela, os últimos
meses foram marcados por contratações e convênios que comprometem a liquidez
fiscal.
"Não foi ação de
cautela. Pelo contrário, houve aumento das despesas de maneira relevante. Por
isso, pedimos como providências, como a solicitação de suspensão de atos
administrativos-pessoal com despesas que não forem essenciais e informar
aos órgãos de controle com a devida documentação para providências, incluindo o
Ministério Público e o Tribunal de Contas para acompanhar os últimos dias de
gestão", disse. "Em vez de ação responsável, [o Governo] acelerou
contratações".
Questionada sobre a possibilidade de reduzir as despesas do Estado, Krause
disse que, primeiro, é necessário "arrumar a casa".
"Pernambuco hoje é uma casa desarrumada. E essa arrumação vai passar por
várias ações administrativas. A questão de redução dos gastos vai passar
por um escopo de uma reforma administrativa que o novo Governo vai fazer
para a possibilidade de trabalho", ressaltou.
À noite, o Governo divulgou
uma nota, rebatendo as críticas. Veja a íntegra do texto:
O Governo de Pernambuco lamenta que a vice-governadora eleita, sessenta dias após o encerramento das eleições, não tenha descido do palanque. Apesar de ter tido acesso total à mais de 26 mil páginas de documentos e colaboração irrestrita de todos os setores da administração atual, não há sinalização de propostas estruturadoras para o futuro, mas discussões pontuais sem familiaridade técnica sobre a matéria financeira. Todas as obras em andamento possuem recursos assegurados, tendo em vista que a gestão será encerrada com R$ 3 bilhões em caixa e outros R$ 3,4 bilhões em operações de crédito, com garantia da União, já pré-aprovadas. Por fim, ressaltamos que as contas do Governo de Pernambuco cumprem todas as exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal e dos órgãos de controle.
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