Ainda não há detalhes de
quando poderá ser feito este “Dia V da Vacinação”, depende do detalhe do
diagnóstico que será feito pela equipe de Lula. Para colocar o plano em
prática, a equipe de Lula trabalhará em um mapeamento do atual cenário ao longo
dos 45 dias úteis que terão para realizar a transição. A expectativa é de que
haja boa vontade do atual ministro Marcelo Queiroga para o
fornecimento dos dados.
A avaliação de
interlocutores próximos a Lula é de que o cenário na pasta é de "terra
arrasada". O governo Bolsonaro, no entanto, foi marcado pela negação da
eficácia dos imunizantes e pela negligência na cobertura vacinal. Atualmente, a
cobetura vacinal contra poliomielite está e 72, 57% segundo dados do Ministério
da Saúde. O percentual é bem abaixo da meta estabelecida pela própria pasta de
95% das crianças da faixa etária elegível.
O Brasil sempre foi
referência mundial na eficiência das campanhas de vacinação e nas altas taxas
de aplicação de imunizantes. A visão do núcleo de saúde da equipe de Lula é que
é preciso reverter o dano causado pelo presidente Jair Bolsonaro em
relação à credibilidade das vacinas e fazer com que os responsáveis levem seus
filhos aos postos de saúde.Uma das apostas é investir na comunicação e no
esclarecimento sobre o assunto, envolvendo, por exemplo, o combate a fake news.
Discute-se, também, o retorno de medidas de gestões passadas de Lula, como a
obrigatoriedade de uma carteira de vacinação completa para ter direito ao Bolsa
Família.
Entre os nomes que devem
colaborar com a transição na área estão os ex-ministros Humberto
Costa e Arthur Chioro. Além da questão da vacina, esta equipe
citam a necessidade de um diagnóstico para executar o quanto antes ações
relacionadas a covid-19, como o aumento da cobertura vacinal entre as crianças
e um mutirão para suprir as demandas que ficaram reprimidas no Sistema
Único de Saúde (SUS) durante a pandemia, como a fila de cirurgias eletivas
e exames.
Outro foco da equipe de
transição será dimensionar o desabastecimento do SUS em relação à
disponibilidade de medicamentos. Após o diagnóstico, o grupo pretende acionar
fornecedores nacionais e internacionais para enfrentar o problema. Entre os
pontos de preocupação está o fornecimento de medicamentos para pacientes com
HIV.
Como o GLOBO mostrou, a equipe de saúde também fará um pente-fino nas normas e protocolos editados na área durante o governo Bolsonaro. Entre as medidas que devem ser revogadas está o protocolo que indica o uso da cloroquina no tratamento inicial da Covid-19. A droga é comprovadamente ineficaz contra a doença, mas foi amplamente defendida por Bolsonaro e distribuída pelo governo federal para uso em unidades de saúde.
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