segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Líder do governo Bolsonaro quer enquadrar STF em 'reação a ativismo político do Judiciário'

                    Líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, o deputado federal Ricardo Barros (PP) disse à GloboNews nesta segunda-feira (10) que entende como "necessidade de enquadramento de um ativismo do Judiciário" a proposta de aumentar a quantidade de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Se o Judiciário permanecer nesse nível de ativismo político (...), isso vai ter reação do Poder Legislativo de forma muito severa. O que estamos discutindo é uma reação a um ativismo político do Judiciário", afirmou.

Jair Bolsonaro (PL) é candidato à reeleição e, ao longo de seu governo, entrou em conflito com ministros da corte. A proposta que aumenta o número de ministros do STF só passa a valer se for aprovada em dois turnos na Câmara dos Deputados e em mais dois turnos no Senado – se obtiver o apoio mínimo de três quintos dos parlamentares (308 dos 513 deputados e 49 dos 81 senadores).

O atual presidente tem defendido publicamente o aumento de ministros, de 11 para 16, mas diz que pode rever a posição caso o Supremo baixe "um pouco a temperatura".

"Essa sugestão já chegou para mim. Eu falo: todas as sugestões, todas, a gente decide depois das eleições. O que eu tenho dito: se eu for reeleito, e o Supremo baixar um pouco a temperatura – já temos duas pessoas garantidas, tem mais gente que é simpática a gente, mas tem umas garantidas lá, que são pessoas que não têm, não dão voto com sangue nos olhos, tem mais duas vagas para o ano que vem – talvez você descarte essa sugestão. Se não for possível descartar, você vê como é que fica", disse Bolsonaro no domingo (9), em um podcast.

Atualmente o STF é composto por 11 ministros, sendo que dois deles foram indicados ao longo do governo Bolsonaro: Nunes Marques e André Mendonça. A última vez em que o número de ministros foi alterado se deu na ditadura militar, para 15 integrantes.

Ministros do Supremo consideram a proposta como uma "cartilha autoritária" similar à adotada na Venezuela por Hugo Chávez.

“[Hugo] Chávez fez na Venezuela, [Viktor] Orbán na Hungria, idem na Polônia. É a cartilha autoritária. Roosevelt tentou nos Estados Unidos, mas o Congresso rejeitou", afirma um integrante do STF ao blog da Sadi. 

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