Ao ver que a expectativa de
passar Lula na última semana da campanha, como projetado pelo comitê, longe
dos números das pesquisas, Bolsonaro voltou às origens: passou a buscar um
genérico do questionamento das urnas e das pesquisas para tumultuar o processo
a quatro dias do segundo turno das eleições.
Mas o Bolsonaro que convocou
a entrevista coletiva da noite desta quarta (26) foi um presidente diferente do
que apareceu para falar, meia hora depois, ao lado do ministro da
Justiça, Anderson Torres.
A entrevista foi uma reação
à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do TSE, de negar pedido da
campanha de para investigar a alegação de irregularidades em inserções
eleitorais por emissoras de rádios.
Bolsonaro, ao dizer a seus
assessores que ia convocar uma coletiva para radicalizar --cogitava-se propor
adiamento da eleição-- foi demovido por aliados políticos com quem ele
conversou nas últimas horas.
Esses políticos lembraram ao
presidente que a eleição está em curso, que é preciso ter calma e que não há
mudança significativa nas pesquisas que justificasse um discurso de ruptura. E,
de longe, deixaram claro um subtexto: o de que, se Bolsonaro escalasse
para essa proposta de perdedor, pedindo adiamento das eleições, seria por sua
conta e risco --não teria apoio de ninguém.
E a foto no Alvorada deixou
claro: não havia nenhum neoaliado, nem do centrão nem de lugar algum a não ser
da cozinha do Planalto --como o general Heleno.
Anderson Torres, ministro da Justiça, ficou ao lado do presidente, mas não falou --apenas saiu na foto. Torres é visto como um nome da cota pessoal de Bolsonaro. Todos os demais políticos e ministros chamados estavam com as agendas ocupadas com absolutamente nada, já que optaram por não arriscar sair numa foto às vésperas da eleição com um presidente em vídeo e som patrocinando um golpe. Do Blog da Andreia Sadi
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