Além de Miguel, seus irmãos
Fernando Bezerra Filho e Antônio Coelho, que disputam a reeleição para os
cargos de deputados federal e estadual, respectivamente, também foram
beneficiados por contribuições que totalizam R$ 350 mil, doados por Emival. Em
julho, o senador Fernando Bezerra Coelho, pai dos três, solicitou ao ministro
do Trabalho, José Carlos Oliveira, “‘a possibilidade de análise e retirada’ de
uma fazenda pertencente a Emival Caiado da ‘lista suja’, o cadastro reúne
empregadores responsabilizados por condições análogas às de escravo”.
De acordo com a reportagem,
o senador Fernando Bezerra Coelho apresentou a solicitação, por meio do ofício
189/2022, no dia 13 de julho, junto ao Ministério do Trabalho. No documento,
FBC, como o líder do clã Coelho de Petrolina é conhecido, atesta que o pedido
de retirada da propriedade de Emival Caiado da “lista suja” se deve ao “termo
de ajustamento de conduta já firmado pelo fazendeiro com o Ministério Público
do Trabalho, multas quitadas, e problemas, sanados”, segundo o jornalista.
Bezerra Coelho foi líder do governo Jair Bolsonaro durante quase três anos,
deixando o posto no final do ano passado.
Trinta e três dias após a
solicitação de FBC junto ao Ministério do Trabalho, o empresário Emival Caiado
repassou as doações oficiais para as campanhas de Miguel, Fernando Filho e
Antônio, que totalizam R$ 600 mil. As três contribuições foram registradas,
como mostra o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A intervenção do
senador, entretanto, foi negada pelo ministério. “Questionado pela reportagem
sobre o ofício, o ministério explicou, nesta quarta (21), que a demanda foi
analisada pela área técnica e que ‘não há fundamentação legal para retirada’
com base nele. E reforçou que ‘não há qualquer ilegalidade na inclusão do nome
do empregador em apreço no referido cadastro’”, destaca a reportagem.
A reportagem informa que os
nomes do empresário Emival Caiado e da fazenda Santa Mônica, dedicada à criação
de gado, foram incluídos na lista suja do Ministério do Trabalho em agosto de
2010, após uma fiscalização realizada pelo grupo especial formado pela Inspeção
do Trabalho, Ministério Público do Trabalho e Polícia Rodoviária Federal que
encontrou 26 trabalhadores em condições análogas à escravidão na propriedade.
Segundo a matéria, “a maior parte estava alojada em barracos de lona sobre o
chão de terra em pontos isolados da propriedade, sem acesso à água potável,
energia elétrica, leitos, banheiro ou alimentação suficiente para as suas
necessidades”.
“As ferramentas de trabalho e o combustível das motosserras eram descontados da remuneração dos trabalhadores, que também não recebiam equipamentos de proteção. Parte teve seus documentos retidos e não descansava nem aos domingos. Registros de jornadas apontavam para mais de 13 horas por dia”, revela a reportagem.
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