Em
entrevista à uma emissora da capital, nesta quinta-feira (14), o também
pré-candidato Carlos Veras (PT) deixou a entender que a jogada de Luciana foi
lida como uma espécie de chantagem diante da indefinição dos partidos que
compõe a coligação.
“Pernambuco
está entre os cinco estados com a maior votação para o presidente Lula. Maior
aceitação. Então, se a Frente Popular trabalha na perspectiva forte de ganhar
as eleições, eu não acredito que a Frente Popular deixará de ter o PT na
majoritária. E o único lugar do PT na majoritária é o Senado Federal. Não há
outro lugar. Até porque nós já temos o candidato a governador, que é Danilo
Cabral”, afirmou.
“Então
é importante ajudar o PT no Senado em Pernambuco, [porque isso] ajuda a vitória
de Danilo; ajuda na vitória do presidente Lula. Dá essa característica, essa
cara, essa identidade forte com o presidente Lula. Por isso que nós estamos nos
colocando para ajudar a contribuir, a construir coletivamente. Não é uma
chantagem, não é uma barganha política, é um processo de construção coletiva em
bem do povo pernambucano, do povo brasileiro”, completou o deputado.
Nesta
quarta-feira (13), após reunião da Executiva estadual do PT, Veras foi indicado
para representar a Frente Popular na disputa ao Senado. A campanha do grupo, no
entanto, é coordenada pelo governador Paulo Câmara (PSB), que também trabalha
com a possibilidade de designar o deputado André de Paula (PSD) para essa
missão.
Apesar
da colocação do deputado petista sugerir um desconforto com a movimentação de
Luciana, ele aponta que “só uma chapa com potencial eleitoral, com potencial de
vitória, você tem várias opções para compô-la. O ruim é quando você não tem
ninguém querendo compor ou quando você fica pescando, tentando encontrar alguém
para poder compor a chapa. São quadros importantes como André de Paula, Eduardo
da Fonte, Silvio Costa Filho, Wolney Queiroz, a vice-governadora e ex-deputada
federal Luciana, o nosso nome”.
Por
outro lado, ao ser questionado sobre a demora para chegar a uma definição,
Veras respondeu que “o tempo é o tempo da política”. “Como eu disse, a gente
podia ter resolvido antes. O PCdoB podia ter nos ajudado a resolver, se tivesse
nos apoiado fortemente nessa tese de Humberto governador e Paulo senador”,
queixou-se.
Esta
composição era a opção inicial de Lula e do PT, que chegou a lançar a
pré-candidatura de Humberto Costa ao Palácio do Campo das Princesas, não
respaldada pelo PSB.
Também nesta quarta, o Diretório Nacional do PT aprovou a federação com o PCdoB e com o PV. Ainda de acordo com Veras, os dirigentes das três siglas em Pernambuco deverão se reunir para chegar a um denominador comum, evitando desconforto para Lula e a possibilidade de lançamento de uma candidatura avulsa (fora da Frente Popular).
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