"O
tamanho da responsabilidade, da culpa, de certos líderes, incluindo o seu
presidente [Bolsonaro] e o meu presidente [Trump], é muito grande. Eles não
deram a atenção adequada para a gravidade da doença quantas pessoas ela estava
infectando, quantas estavam terrivelmente doentes ou morrendo, quantas perdendo
emprego, renda, seu sustento", afirmou Quammen, durante participação no
programa "Roda Viva", da TV Cultura.
"A
pandemia teve um impacto terrível. É possível deter esses transbordamentos
[vírus] ou limitá-los antes que se tornem pandemias e, em alguns lugares, foi
feito muito bem. Mas no Brasil e nos EUA, e em alguns outros lugares, por
vários motivos, inclusive liderança política, isso foi terrivelmente ineficaz,
lamento dizer", acrescentou, em seguida.
A
pandemia da covid-19 contaminou até agora, 85.604.744 de pessoas no mundo
inteiro, segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopking, responsável
pelo monitoramento. Cerca de 1,8 milhão de pessoas morreram em decorrência da
doença. Os Estados Unidos são, de longe, o país mais afetado, com 20.786.001 de
contaminados e 353.131 mortos. Em seguida, aparecem Índia (com 10.340.469 de
contaminados e 149.649 óbitos) e o Brasil (com 7.753.752 de contaminados e
196.561 mortos).
Quammem
é autor do best-seller "O Contágio", publicado em 2012, e que
alertou, com antecedência, sobre a pandemia do novo coronavírus. Ele ainda é o
escritor de outros 14 livros, um deles sobre o vírus Ebola.
Ainda
durante a entrevista, Quammen também disse que o mundo não ficará livre do
coronavírus, e traçou uma comparação com o sarampo.
"Acho
que nunca ficaremos completamente livres desse vírus. Acho que ficará conosco
para sempre como uma doença endêmica, como acontece com o sarampo. O sarampo
ainda mata milhares de pessoas todo ano, apesar de termos vacinas desde a
década de 1950", ressaltou. Do Uol.
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