De
acordo com a Polícia Federal, a atual fase da operação tem como objetivo a
reposição de prejuízos causados pelo grupo sob investigação. Hoje estão sendo
cumpridos dois mandados de busca e apreensão de bens, entre eles um veículo
avaliado em R$ 190 mil e uma lancha, avaliada em R$ 270 mil. Além de veículos,
determinou-se o sequestro de apartamentos no Recife e em Gravatá, no Agreste do
estado, jóias e relógios de alto valor, um deles avaliado em mais de R$ 200
mil, e ainda bloqueio de contas bancárias, apresentando um prejuízo estimado em
mais de R$ 10 milhões com as atividades do grupo.
As medidas foram deferidas pela 13ª Vara da Justiça Federal, no Recife. As
buscas foram realizadas nos municípios de Recife e em Paulista para apreensão
de veículos e embarcação.
Os
alvos das medidas cumpridas nesta quarta-feira (25) são ex-servidores do
DER-PE, que foram responsáveis pela fiscalização e liberação de recursos da
obra da BR-101 entre 2017 e 2019, e que, de acordo com a PF, tiveram
acréscimo patrimonial incompatível com os seus rendimentos nos últimos anos. A
PF informou que apenas um irrisório percentual das movimentações financeiras
desses investigados era decorrente de salários.
A
PF comunicou que o valor total do contrato firmado para execução dos serviços
supera o valor de R$ 190 milhões, onde a maior parte dos recursos é foi feita
através de repasse do Governo Federal para o Estado de Pernambuco, sob a gestão
do DER-PE. De acordo com relatórios de auditoria do Tribunal de Contas da União
(TCU) e Tribunal de Contas do Estado (TCE), a obra vem sendo executada com
material - incluindo asfalto - de baixa qualidade e pouca durabilidade, o que
pode estar afetando trechos de rodovias já entregues.
O
delegado Daniel Silvestre informou que a Secretaria de Tansporte (SETRA) de
Pernambuco sabia do esquema. O deputado federal Sebastião Oliveira (PL-PE),
secretário de de Transportes de Pernambuco na época, foi alvo da operação.
A PF cumpriu mandados de busca e apreensão nos endereços de Sebastião no Recife
e em Brasília. O deputado ainda não se pronunciou sobre o caso.
Além
disso, a Polícia Federal informou que foi constatado, durante a metade da
execução do contrato, apenas um servidor do Departamento teria atuado como
fiscal dos serviços, que seria incomum, segundo a PF, devido à proporção da
obra. Ainda de acordo com a Polícia Federal, uma empresa componente do próprio
consórcio contratado para execução chegou a atuar como supervisora da obra.
A
PF também comunicou que empresa contratada constantemente para execução de
obras e serviços pelo DER-PE realizou diversas transações simuladas com
empresas fantasmas. Um empresário representante dessa empresa também foi alvo
de medidas de sequestro de bens.
O
grupo responde pela prática de crimes como peculato, corrupção ativa e passiva,
organização criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas máximas, somadas,
chegam a 42 anos de reclusão. Do DP
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