
O
Congresso Nacional promulgou, nesta quarta-feira (26), a emenda constitucional
(EC 108) que torna permanente o Fundeb e aumenta o repasse do governo federal
para o fundo. A proposta foi aprovada pela Câmara dos Deputados em julho e,
ontem, pelo Senado, que praticamente manteve o texto dos deputados.
No
ano passado, o Fundeb distribuiu pouco mais de R$ 156 bilhões para a rede
pública de ensino. O fundo é responsável por 2/3 do dinheiro investido pelos
municípios na educação.
A
emenda constitucional aumenta, dos atuais 10% para 23%, o repasse do governo
federal para o fundo. O reajuste será feito de forma escalonada: no ano que
vem, o índice será de 12%, chegando aos 23% em 2026. Esses recursos irão para
estados e municípios que não conseguirem alcançar o valor mínimo aplicado por
aluno na educação. Em 2020, nove estados receberam essa complementação.
Durante
a sessão do Congresso para a promulgação da emenda, o presidente da Câmara, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), ressaltou que mais entes federativos serão beneficiados com
recursos do fundo. Ele também destacou o papel do Parlamento na construção do
texto final da emenda, e reafirmou a escolha da educação como prioridade.
Maia
destacou ainda que o Parlamento tem compromisso com o serviço público de
qualidade e citou, entre outros desafios para o futuro, as reformas tributária
e administrativa.
Relatora
da proposta do Fundeb na Câmara, a deputada Professora Dorinha Seabra Rezende
também destacou o protagonismo do Congresso nessa votação e elogiou os 5%
obrigatórios para a educação infantil, dos 13 pontos percentuais a mais
colocados na emenda.
Ela
ressaltou, ainda, a previsão de que pelo menos 70% dessa nova parcela de
complementação sejam destinados ao pagamento de salários dos profissionais da
educação. Hoje, o piso é de 60%, e somente para professores.
"Esse
texto assegura uma valorização para os profissionais da educação, não só os
professores, mas a merendeira, aquela que cuida da segurança da alimentação, os
diretores, coordenadores", comentou. "A emenda constitucional garante
o financiamento permanente, reconhece e incentiva os seus profissionais."
A
emenda também prevê que, dentro dessa nova parcela da complementação federal,
15% sejam destinados para investimentos em infraestrutura, melhoria de
equipamentos e instalações.
Outros
pontos da emenda promulgada estabelecem, por exemplo, que o Custo
Aluno-Qualidade, constante no Plano Nacional de Educação, será considerado como
parâmetro para o padrão mínimo de qualidade do ensino; e que os entes federados
devem redistribuir os recursos entre as unidades de ensino, para diminuir
desigualdades dentro de uma mesma rede de ensino.
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