
O
ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro afirmou nesta
terça-feira (12), em nota, que o vídeo da reunião ministerial de 22
de abril "confirma o conteúdo" do depoimento dado por ele à Polícia
Federal, no início do mês.
"O
acesso ao vídeo da reunião ministerial do dia 22/4 confirma o conteúdo do meu
depoimento em relação à interferência na Polícia Federal, motivo pelo qual
deixei o governo", declarou Moro no fim da tarde.
A
reunião aconteceu no Palácio do Planalto com a presença do presidente Jair
Bolsonaro, do vice Hamilton Mourão e de diversos ministros. No depoimento, Moro
disse ter sido pressionado por Bolsonaro neste encontro a substituir o então
diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, e o então superintendente
da PF no Rio, Ricardo Saadi.
Após
receber esse depoimento, o ministro relator do caso, Celso de Mello, determinou
que o governo entregasse a gravação do encontro, o que ocorreu na última
sexta (8). O relator determinou sigilo "pontual e temporário" sobre o
material, a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU).
O
órgão, responsável por defender o governo na Justiça, diz que a reunião
tratou de temas sensíveis, e que a divulgação da íntegra poderia colocar o país
em risco. Nesta terça, o vídeo foi exibido a representantes da PF, do Supremo,
do governo e do ex-ministro em uma sessão reservada.
Caberá
ao ministro Celso de Mello decidir se, e quando, o sigilo será suspenso. Na
nota divulgada (veja íntegra abaixo), Moro discorda avaliação da AGU e defende
a divulgação integral do material gravado.
O
ex-ministro da Justiça afirma, ainda, que as declarações de Bolsonaro na
reunião ministerial foram "evidenciadas, também, pelos fatos
posteriores". Como exemplo, Moro cita as trocas na direção-geral da
Polícia Federal e na superintendência da PF no Rio.
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