
Esteves
Colnago, assessor do ministro Paulo Guedes (Economia), e mais 28 pessoas foram
denunciados pelo MPF (Ministério Público Federal) em Brasília por gestão temerária
de fundos de pensão. Eles
são acusados de causar prejuízos de R$ 5,5 bilhões à Funcef (dos funcionários
da Caixa Econômica), à Petros (Petrobras), à Previ (Banco do Brasil) e à Valia
(Vale). Interlocutores do assessor afirmam que ele está calmo e tranquilo sobre
sua conduta nos episódios. O Ministério da Economia diz que ele está à
disposição para prestar esclarecimentos e que suas ações foram legais.
Nesta
quinta-feira (9), Colnago foi promovido ao cargo de assessor de Guedes. Ele
chefia a Assessoria Especial de Relações Institucionais do Ministério da
Economia. Até então, ele era secretário especial adjunto de Fazenda. Técnico
de carreira no Ministério da Economia, Colnago já foi ministro do Planejamento
no governo de Michel Temer.
O
MPF afirma que os crimes teriam sido cometidos entre 2011 e 2016. Segundo a
força-tarefa Greenfield, grupo de procuradores da República que apura desvios
em fundos de pensão e bancos, Colnago, quando era membro do conselheiro
deliberativo da Funcef, aprovou de forma temerária investimentos na Sete
Brasil, empresa de construção de sondas de petróleo.
De
acordo com o MPF, ele e outros gestores do Funcef autorizaram os aportes
ignorando riscos, diretrizes do mercado financeiro e do Conselho Monetário
Nacional, além dos próprios regimentos internos. Além disso, não teriam sido
feitos estudos de viabilidade sobre os aportes.
A Sete Brasil foi formada durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e recebeu aportes de diferentes fundos de pensão, além de bancos, com o objetivo de construir sondas (unidades de perfuração) para a exploração de petróleo no pré-sal.
A Sete Brasil foi formada durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e recebeu aportes de diferentes fundos de pensão, além de bancos, com o objetivo de construir sondas (unidades de perfuração) para a exploração de petróleo no pré-sal.
Posteriormente,
as atividades da Sete Brasil passaram a ser investigadas. Segundo a
força-tarefa, o prejuízo causado às entidades, de R$ 5,5 bilhões, é o maior entre
todos os casos investigados.
As
perdas da Funcef com os aportes na Sete seriam de R$ 2,3 bilhões (em valores
atualizados até outubro de 2019). O valor só não é maior que o da Petros, que
teria registrado prejuízo de R$ 2,4 bilhões com os investimentos. Na Previ, a
conta chega a R$ 331,6 milhões; na Valia, a R$ 340,1 milhões.
Os
procuradores afirmam que Colnago e os demais conselheiros do Funcef
referendaram em 16 de maio de 2012 um investimento de mais de R$ 1 bilhão na
Sete Brasil sem qualquer discussão ou embasamento técnico, "com
negligência assustadora" e como se estivessem tratando de "um tema
qualquer".
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