Pelo
menos cinco ministros poderão ser substituídos na minirreforma ministerial que
o presidente Jair Bolsonaro tem discutido com lideranças partidárias para
estabelecer uma coalizão formal no Congresso, após nove meses de governo. Os
mais citados por fontes consultadas pelo Correio são os ministros da Cidadania,
Osmar Terra, da Educação, Abraham Weintraub, da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, do
Meio Ambiente, Ricardo Salles, e do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. As
mudanças deverão ocorrer após a conclusão da reforma da Previdência no
Congresso.
A
necessidade de uma minirreforma já vinha sendo aventada pelo presidente, mas se
tornou mais urgente nos últimos dias, após o Senado aprofundar a desidratação
da reforma da Previdência, durante votação em primeiro turno, concluída na
quarta-feira. Os senadores rejeitaram mudanças no abono salarial, reduzindo em
R$ 76,4 bilhões a economia estimada pela equipe econômica para os próximos 10
anos, rebaixando a meta para R$ 800 bilhões. Antes de a proposta ser enviada ao
Congresso, o governo previa economizar R$ 1,3 trilhão nesse período. Na
quinta-feira, o secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery
Rodrigues, afirmou que essa desidratação “já afeta o equilíbrio fiscal” do
governo.
Interlocutores
sugerem a Bolsonaro que essa derrota pode ser um forte argumento para o
Executivo promover uma recomposição política com vistas a qualificar a relação
com o Congresso em 2020. Nesse contexto, parlamentares reclamam que o governo
não honra acordos e acusam alguns ministros de ignorarem seus pleitos. A
reforma serviria para agregar um maior número de partidos ao primeiro escalão
da Esplanada, por meio da nomeação de parlamentares indicados por lideranças
partidárias.
Também
é levado em conta nessa discussão o risco de outras pautas importantes do
Executivo serem derrotadas no Parlamento, como a reforma tributária e o
programa de privatizações, o que aumentaria mais a desconfiança dos
investidores em relação à economia do país. Além disso, outra grande
preocupação são os índices de popularidade cada vez mais baixos do presidente
Bolsonaro.
A
minirreforma vem sendo discutida desde julho, de forma conjunta, pelos
ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. O plano
de reestruturação inclui a fusão de algumas pastas e a redução do número de
secretarias.
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