
O
plenário Supremo Tribunal Federal (STF), deve julgar na próxima quarta-feira
(25) se anula ou não mais uma condenação na Lava Jato. O caso a ser analisado é
o de um ex-gerente da Petrobras que apresentou os mesmos argumentos que levaram
à anulação da condenação de Aldemir Bendine, ex-presidente da estatal. O
julgamento foi marcado hoje (23) pelo presidente da Corte, Dias Toffoli.
Bendine
teve sua condenação na Lava Jato anulada no fim de agosto pela Segunda Turma do
STF. Por 3 votos a 1, os ministros entenderam que ele teve seu direito à ampla
defesa violado por, na primeira instância, ter sido obrigado a apresentar suas
alegações finais ao mesmo tempo que outros réus delatores. Foi a primeira vez
que a Corte anulou uma sentença do ex-juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça
e Segurança Pública.
Em
dezembro do ano passado, o ex-gerente de Empreendimentos da Petrobras Márcio de
Almeida Ferreira, condenado na Lava Jato a 10 anos de prisão por corrupção e
lavagem de dinheiro, havia entrado com um habeas corpus no Supremo alegando o
mesmo tipo de cerceamento de defesa.
No
dia seguinte ao julgamento de Bendine, o hc do ex-gerente foi remetido ao
plenário do Supremo pelo relator, ministro Edson Fachin, que fora voto vencido
na Segunda Turma. A medida foi vista como uma tentativa de reverter no pleno o
entendimento da Turma.
O
novo entendimento – estabelecido pelos votos dos ministros da Segunda Turma
Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia – prevê que os réus não
colaboradores devem ter o direito de apresentar suas alegações finais depois
dos réus delatores, de modo a garantir o princípio constitucional à ampla
defesa e ao contraditório, uma vez que réus colaboradores possuem também
caráter acusador, concluíram os ministros.
Após
o julgamento que anulou a condenação de Bendine, a força-tarefa da Lava Jato no
Paraná disse ter “imensa preocupação” com o precedente aberto pelo Supremo e o
seu reflexo nos demais casos da operação.
"Se
o entendimento for aplicado nos demais casos da operação Lava Jato, poderá
anular praticamente todas as condenações, com a consequente prescrição de
vários crimes e libertação de réus presos. A força-tarefa expressa sua
confiança de que o Supremo Tribunal Federal reavaliará esse tema, modulando os
efeitos da decisão", disseram os procuradores por meio de nota.
Nenhum comentário:
Postar um comentário