
A
Polícia Federal iniciou uma operação no Congresso Nacional na manhã desta
quinta-feira (19) com mandados de busca e apreensão que têm como principal alvo
o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo do
presidente Jair Bolsonaro no Senado.
A
operação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), se baseia em
inquérito que apura irregularidades em obras da transposição do Rio São
Francisco no período em que Bezerra foi ministro da Integração, no governo da
ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Também
está entre os alvos da operação o filho do senador, o deputado Fernando Coelho
Filho (DEM-PE). Buscas foram feitas no gabinete do senador, na Câmara dos
Deputados e também em Pernambuco.
Até
a última atualização desta reportagem, a PF não havia informado quantos
mandados haviam sido expedidos nem havia detalhado as denúncias investigadas.
Por
meio de nota, o advogado de Bezerra Coelho, André Callegari, afirmou que as
medidas se referem a "fatos pretéritos" e que a justificativa seria a
"a atuação política e combativa do senador".
"Causa
estranheza à defesa do senador Fernando Bezerra Coelho que medidas cautelares
sejam decretadas em razão de fatos pretéritos que não guardam qualquer razão de
contemporaneidade com o objeto da investigação. A única justificativa do pedido
seria em razão da atuação política e combativa do senador contra determinados
interesses dos órgãos de persecução penal", diz a defesa.
Bezerra
assumiu a liderança do governo do presidente Jair Bolsonaro em fevereiro,
no início do ano legislativo. A escolha dele foi uma tentativa de aproximação
com o MDB, partido de maior bancada no Senado.
À
época, Bezerra era alvo de três inquéritos que correm na primeira instância
judicial — um da Lava Jato e dois desdobramentos da operação.
Em
dezembro de 2018, a Segunda Turma do Supremo rejeitou, por 3 votos a
2, uma denúncia contra Bezerra Coelho na Lava Jato. O senador foi acusado
de pedir e receber propina de R$ 41,5 milhões entre 2010 e 2011 das
construtoras Queiroz Galvão, OAS e Camargo Corrêa. Na época, ele era secretário
no governo de Eduardo Campos, em Pernambuco. Bezerra nega as irregularidades.
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