
A
procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu hoje (17), ao Superior
Tribunal de Justiça (STJ), a federalização da investigação aberta no Rio de
Janeiro para apurar supostas irregularidades na investigação do assassinato da
vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes.
Caso
o pedido de federalização seja aceito pelo STJ, caberá à Justiça Federal, e não
mais ao Judiciário local, o julgamento do caso. No mesmo pedido de deslocamento
da competência para julgamento, Raquel Dodge apresentou pedido de abertura de
um novo inquérito contra suspeitos que teriam participado de uma
"encenação de investigação" para conduzir a apuração a falsos
mandantes e esconder a verdadeira autoria dos assassinatos.
O
pedido foi feito após a procuradora analisar a tentativa de obstrução das
investigações. Durante o processo de análise da federalização do caso, uma
cópia da investigação que estava em andamento na Justiça do Rio foi solicitada
pela procuradora, mas o compartilhamento de informações foi rejeitado pelo juiz
responsável pelo caso.
Além
da federalização e a abertura de um novo inquérito, Dodge apresentou denúncia
no STJ contra o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ)
Domingos Brazão, o delegado da Polícia Federal (PF) Hélio Kristian e mais
quatro pessoas. Segundo a procuradoria, todos tentaram atrapalhar as
investigações.
Dodge
encerra nesta terça-feira (17) mandato de dois anos na PGR. Durante o período
em que chefiou o Ministério Público Federal (MPF), a procuradora apresentou 64
denúncias contra 224 pessoas; 19 pedidos de homologação de delações premiadas,
e 427 pedidos de extradição.
Para
o lugar de Raquel Dodge, o presidente Jair Bolsonaro indicou o
sub-procurador-geral Augusto Aras. Antes de tomar posse no cargo, Aras precisa
ser aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e pelo
plenário da Casa. A previsão é que a indicação seja votada em 25 de setembro. Até
a aprovação, a Procuradoria-Geral da República será chefiada interinamente pelo
vice-presidente do Conselho Superior do MPF, Alcides Martins.
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