
A
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) anunciou que o Ministério da Educação
(MEC) voltou a bloquear os R$ 50 milhões de custeio que haviam sido liberados
pelo governo federal em junho. Em nota divulgada nesta terça-feira (2), a
instituição afirma que o contingenciamento afeta o pagamento de serviços como
limpeza e fornecimento de energia. O ministério informou que bloqueio foi feito
após derrubada de uma decisão judicial.
O
bloqueio de 30% nas verbas de todas as universidades e institutos federais de
ensino foi feito pelo MEC em abril. Na época, o ministro Abraham Weintraub disse
que "recursos futuros" da educação superior "vão ser
direcionados para a pré-escola ou para a educação básica".
Especialistas criticaram a medida e protestos foram realizados
em todo o Brasil.
Em
junho, além da UFPE, a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) também
teve as verbas desbloqueadas. Nesta terça, a UFPE informou que tem R$ 16
milhões disponíveis, dos R$ 85,6 milhões a serem repassados pelo governo, para
manter a universidade entre os meses de julho a dezembro. O total de recursos
para custeio e assistência estudantil da instituição é de R$ 162,6 milhões,
previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA).
Além
disso, a UFPE informou que recebeu R$ 610 mil dos R$ 10 milhões constantes na
legislação para investimentos, referente à verba de compra de equipamentos e
obras. Segundo Thiago Galvão, pró-reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças
da UFPE, algumas atividades estão sendo adiadas para manter as aulas.
"Estamos
postergando algumas atividades, como editais e reformas, para não cancelar
contratos. Já tivemos uma redução nos contratos para nos adequarmos ao valor
previsto na lei. Se diminuir ainda mais, vamos ter que cancelar serviços e
assim, a universidade para", afirma o pró-reitor.
Ainda
segundo a UFPE, entre os ajustes orçamentários para viabilizar o funcionamento
da instituição e o início do segundo semestre letivo está, de imediato, a
suspensão temporária do lançamento de novos editais das pró-reitorias (exceto
os do Plano Nacional de Assistência Estudantil).
Também
são afetados o repasse de parcelas do Modelo de Alocação de Recursos para os
centros acadêmicos e departamentos, a contratação de novas bancas para
concursos docentes e o início de reformas de infraestrutura.
Na
nota divulgada pela UFPE, a Reitoria afirma, ainda, que "é imensurável o
prejuízo acadêmico com a suspensão de atividades que são de vital importância
para o desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extensão" na
universidade.
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