Em
meio a informações de que a Rede Record tem pressionado seus jornalistas a
fazerem reportagens positivas do candidato Jair Bolsonaro (PSL), apoiado pelo
bispo Edir Macedo, dono da emissora, a jornalista Luciana Barcellos pediu
demissão de seu cargo de chefe de redação do Jornal da Record essa semana e,
nesta sexta-feira 26, declarou seu voto em Fernando Haddad em uma postagem nas
redes sociais.
No
texto, ela não esclarece o motivo da saída, mas afirma que Haddad não foi sua
opção no primeiro turno e que votar no candidato neste domingo "não é
assinar cheque em branco para o PT, não é isentar o PT da responsabilidade de
não ter feito a autocrítica. É defender o nosso direito de seguir em frente. E
pra nós, jornalistas, votar no Haddad é também defender o direito de exercer
livremente a profissão".
"Ninguém
é racista ou homofóbico só da boca pra fora. Ninguém defende tortura só porque
é "meio doido". Não existe fascismo "light"", critica
ainda Luciana. Em outro post, do dia 20 de outubro, ela fala sobre o pedido de
demissão, agradecendo aos colegas de trabalho. "A decisão de pedir
desligamento não foi das mais fáceis. Mas a vida às vezes exige que a gente
assuma riscos", escreve.
Nessa
mesma data, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo denunciou pressões
abusivas que os jornalistas da Record vêm sofrendo para privilegiar a
candidatura de Bolsonaro. A entidade diz ter recebido "denúncias de vários
jornalistas da Rede Record – televisão, rádio e portal de notícias R7" e
"torna público, como exige seu dever de representação da categoria, o
inconformismo desses profissionais com as pressões inaceitáveis e descabidas em
uma empresa de comunicação".
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