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Foto: Thalyta Tavares/Esp.DP |
A
delegada Gleide Ângelo não vai mais investigar o caso do assassinato da menina
Beatriz, assassinada a facadas em dezembro de 2015 dentro do colégio onde
estudava, em Petrolina, Sertão de Pernambuco. A investigação ficará a cargo da
delegada Poliana Néri, delegada adjunta do interior. Desde outubro de 2015,
Poliana chefia a 22ª Delegacia Seccional de Floresta.
Naquele
ano, ela coordenou a investigação que culminou com a prisão José Cícero da
Silva, suspeito de estuprar e assassinar por asfixia o menino Wallisson Pedro,
de onze anos.
A
informação foi confirmada na manhã desta segunda-feira pelo secretário de
Defesa Social, Antônio de Pádua. A medida atende a reivindicação da família
sobre a distância da equipe do local do crime. No dia 13 deste mês, pais, familiares
e amigos realizaram mais um protesto, desta vez em frente ao Palácio do Campo
das Princesas, sede do governo do estado, no Recife. Na ocasião, ficou acertado
que as polícias Civil e Federal assinariam um termo de cooperação para atuar de
forma interestadual na procura pelo autor do crime. A decisão foi anunciada
para parentes da criança durante reunião com a presença do chefe de Polícia
Civil, Joselito Kherle, o secretário executivo da Casa Civil, Marcelo Canuto, e
o secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua.
Confira
nota oficial da Polícia Civil:
A Polícia Civil de Pernambuco informa que a delegada especial Francisca Pollyanna Neri responderá pelas investigações do assassinato da menina Beatriz Mota, morta durante uma festa da escola, no município de Petrolina, Sertão de Pernambuco. Pollyana foi gestora da Divisão de Homicídio Norte da Região Metropolitana do Recife e assumiu, recentemente, a Gerência de Controle Operacional do Interior 2, área onde Petrolina está inserida. Foi designada especialmente pelo excelente trabalho que realizou na investigação de homicídios e por estar integralmente na região.
A Polícia Civil agradece aos delegados
Gleide Angelo, Alfredo Jorge e Marceone Ferreira pelos trabalhos prestados
durante as investigações . “Saímos de um retrato falado para as imagens reais
do assassino. Temos o perfil genético dele. Quase 100 pessoas foram submetidas
a exames para conforto de DNA. A Polícia não descansou”, afirma o chefe da
Polícia Civil, Joselito Kehrle do Amaral.
Protesto
- Os pais de Beatriz, acompanhados de parentes e amigos, viajaram ao
Recife para cobrar ao estado a quebra do sigilo das investigações para a
família. Durante o encontro, eles tiveram o pedido indeferido e foram
informados que a requisição deve ser formalizada junto à Justiça. “Foi
esclarecido à família que quem decreta o sigilo é o Poder Judiciário. Então,
eles vão peticionar a Justiça e, eles deferindo, obviamente a polícia vai abrir
os autos para a família”, afirmou Joselito Kherle.
O
advogado Jaime Badeka Filho, presidente da comissão da Subseção da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB) em Juazeiro, que acompanha o caso e esteve com a
família no Recife, afirmou que entrará com o pedido na Justiça ainda nesta
semana. A mãe de Beatriz, Lúcia Mota, estava há três meses esperando do governo
uma resposta sobre a possibilidade de quebra de sigilo. Ela chegou a fazer
greve de fome para obter a resposta. “Sai com uma resposta, mas não posso dizer
que estou contente. Sou vou estar quando o assassino e todos que participaram,
direta ou indiretamente do crime, forem punidos”, declarou Lúcia. Do Diário de Pernambuco.