O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cresceu cinco pontos
percentuais e se isolou ainda mais na disputa pela Presidência da República
nas eleições de 2018. Segundo a pesquisa mais recente do Instituto
Datafolha, o petista acumula 35% das intenções de voto. Lula somou 30% no
levantamento anterior, feito em junho — antes da condenação a nove
anos e seis meses de prisão pelo juiz federal Sergio Moro.
A
íntegra da pesquisa será divulgada neste domingo. A prévia do estudo mostra que
o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e a
ex-senadora Marina Silva (Rede) continuam empatados na segunda
posição. Bolsonaro oscilou entre 16% e 17%, enquanto Marina variou entre 13% e
14%. Os números correspondem às medições feitas com Lula na disputa e são
semelhantes aos índices de junho.
Tanto
o governador de São Paulo,Geraldo Alckmin, quanto o prefeito paulistano,João
Doria, somaram 8% das intenções de voto. Os tucanos travam uma disputa pela
indicação do PSDB para as próximas eleições presidenciais. Alckmin manteve seu
índice sem oscilações, enquanto Doria caiu dois pontos percentuais na
comparação com a pesquisa de junho. O resultado é frustrante para o prefeito,
que tem viajado pelo país para ampliar seu capital político.
Outro
ponto de destaque é o crescimento de Lula em todos os cenários testados para um
eventual segundo turno. Pela primeira vez o petista vence todos os seus
adversários — antes, ele empatava tecnicamente com Marina Silva. A exceção é
uma disputa com o juiz Sergio Moro, que nega ter pretensões de disputar a
Presidência. O juiz federal, responsável pela Operação Lava Jato na
primeira instância, continua empatado tecnicamente com Lula.
O
crescimento de Lula nas pesquisas ocorre antes de Moro decidir a segunda
sentença do petista em um processo aberto na Lava Jato. O
petista prestou depoimento, no dia 13 de setembro, para tratar das
acusações do Ministério Público Federal de que teria recebido propinas de
13 milhões de reais da Odebrecht. Foi nesse processo que o
ex-ministro Antonio Palocci disse que o ex-presidente mantinha
um “pacto de sangue” com o empresário Emílio Odebrecht, que
teria acordado um “pacote de propinas” ao petista no final de seu segundo
mandato no Palácio do Planalto, em 2010.
Lula
foi sentenciado por Moro, no dia 12 de julho, a nove anos e seis meses de
prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso
do tríplex do Guarujá. Além da condenação, o ex-presidente é alvo
de cinco ações penais – ou seja, já é réu – e três denúncias – é
apenas acusado.
A
condenação do ex-presidente será julgada pelo Tribunal Regional Federal da
4ª Região (TRF4), responsável por avaliar as decisões da Lava Jato em segunda
instância. Se a sentença for ratificada, a candidatura de Lula poderá ser
barrada pela Lei da Ficha Limpa. Neste caso, o Datafolha diz que o PT poderá
ter dificuldades para eleger o próximo presidente. A pesquisa feita pelo
instituto diz que só 26% das pessoas admitem votar em um candidato indicado por
Lula.