O
presidente da Associação dos Cabos e Soldados de Pernambuco (ACS-PE),
Alberisson Carlos, e o vice da associação, Nadelson Leite, foram expulsos da
Polícia Militar. Em
nota, Alberisson acusa o governo de arbitrário.
Os
dois estavam entre os líderes do movimento da categoria no final do ano, quando
policiais abandonaram o Programa de Jornadas Extras (PJEs) e iniciaram a
operação padrão. A portaria, assinada pelo secretário de Defesa Social Angelo
Gioia, foi publicada no Diário Oficial de sábado (17).
Os
dois chegaram a ser presos durante uma assembleia da categoria, na Praça do
Derby, em dezembro. Na época, as associações de classe reivindicavam aumento
salarial e melhorias nas condições de trabalho. Devido a operação desencadeada
pelos policiais, as Forças Armadas foram acionadas e reforçaram a segurança do
estado até o começo deste ano.
A
portaria de exclusão aponta que os Alberisson Carlos e Nadelson Leite
respondiam a inquérito militar por “tecerem críticas ao Secretário de Defesa
Social e comentários desonrosos ao Governador do Estado, em vídeos divulgados
nas redes sociais”. Eles foram denunciados pelo artigo 166 do Código Penal
Militar, por publicação ou crítica indevida.
O
texto aponta ainda que o relatório concluiu que ambos, “com seus comentários
falaciosos e inconsequentes, aproveitando-se de um momento acirrado de
negociações salariais, buscaram tão somente fragilizar a hierarquia e
disciplina, pilares básicos da instituição militar, fomentando a insubordinação
dos seus membros contra superiores”.
O
presidente da Associação de Cabos e Soldados (ACS), o cabo Alberisson Carlos,
disse que ainda não foi notificado sobre a exclusão dele e do vice-presidente,
Nadelson Leite Costa, da Polícia Militar de Pernambuco, mas que o setor
jurídico da entidade já está tomando providências. "Esta é a intenção
realmente de um governo arbitrário, de um secretário que não respeita uma tropa
sensacional como nós somos. Não é isso que vai fazer que a gente desista da
luta, e nós vamos lutar até o fim buscando para nós, policiais militares e
bombeiros, melhoras e, acima de tudo, uma valorização profissional",
comentou Alberisson.