O
requerimento apresentado pelo vereador Wevertton Siqueira – Siqueirinha (PSB)
ventilando a possibilidade de transformar o teatro municipal Geraldo Barros num
camelódromo rendeu uma chuvarada de críticas e notas de repúdio por parte de
grupos culturais de Arcoverde.
Antes
mesmo do requerimento chegar até a prefeita do município, a Secretaria de
Cultura disse por nota que “...o Teatro não será transformado em
Camelódromo...O Teatro estará sobre a administração da Secretaria de
Cultura e Comunicação e, mesmo sem novas reformas, será devolvido aos artistas
do município o que lhes é de direito”.
O
compartilhamento da notícia pela jornalista Zalxijoane Ferreira, do De 1ª
Categoria, rendeu uma série de comentários condenando a proposta do vereador. De
“deu a bixiga lixa” a “só pode ser brincadeira”, entre outros comentários, o
assunto rendeu criticas as mais variadas. A uma dela, do internauta Aldo
Almeida, o vereador diz que “essa não foi uma idéia minha e sim dos ambulantes
que trabalham e querem um lugar digno para trabalhar. Me procuraram e eu
apresentei a idéia deles....cabe a prefeita acatar ou não o pedido. Estou ali
pra representar o povo, seja de qual for a classe”! O argumento foi questionado
já que ele só teria ouvido os ambulantes e esquecido a classe artística.
Além
dos comentários, a proposta rendeu duas notas de repúdio: uma do grupo de
teatro Tropa do Balacobaco e outra do Coletivo Cultura de Arcoverde – COCAR.
Na
nota da tropa do Balacubaco, os artistas dizem reconhecer e apoiar a
necessidade dos camelôs por melhores condições de trabalho, "mas é importante
lembrar que o conjunto arquitetônico do CECORA é destinado ao movimento
artístico, não cabendo, dessa forma, sequer a discussão dessa proposta" e
concluem dizendo que a luta pelo Teatro atravessou gerações e somente agora
parece apontar uma resolução "justa" para os artistas de Arcoverde.
Já
o COCAR diz que “a proposta, que causou revolta no Movimento Cultural de
Arcoverde, ignora por completo a luta que vem sendo travada há mais de uma
década para que o espaço seja entregue à sociedade e tenha a destinação para o
qual foi projetado, além de vir num momento totalmente inoportuno, posto que
acaba de ser criada a Secretaria Municipal de Cultura e Comunicação, a qual tem
como uma das promessas a ocupação do Teatro Geraldo Barros pela classe
artística”.
NOTA DO COCAR
O COCAR - Coletivo Cultural de
Arcoverde, entidade que há sete anos vem atuando em defesa da cultura local,
manifesta a sua profunda indignação com a notícia que circulou no dia de hoje
nas redes sociais acerca de requerimento encaminhado pelo Vereador Weverton
Siqueira, o "Siqueirinha" à Prefeita Municipal, na seção da Câmara
Municipal do dia 08/05, no sentido de utilizar o Teatro Municipal Geraldo
Barros como espaço para abrigar os vendedores ambulantes, que hoje ocupam ruas
do centro da Cidade.
A proposta, que causou revolta no
Movimento Cultural de Arcoverde, ignora por completo a luta que vem sendo
travada há mais de uma década para que o espaço seja entregue à sociedade e
tenha a destinação para o qual foi projetado, além de vir num momento totalmente
inoportuno, posto que acaba de ser criada a Secretaria Municipal de Cultura e
Comunicação, a qual tem como uma das promessas a ocupação do Teatro Geraldo
Barros pela classe artística.
Sem desconhecer a necessidade de
ordenamento da atividade dos vendedores ambulantes, que é uma reivindicação
mais que justa dos interessados, o COCAR espera ter dos ocupantes do
Legislativo Municipal gestos de atenção com a cultura local e, jamais, ações
que atropelam os anseios do segmento artístico e demonstram uma total falta de
sintonia com o momento ímpar por que passa o Movimento Cultural de nossa
Cidade.
Esperamos que o autor do requerimento
se sensibilize com a causa dos artistas e retire de imediato o expediente
encaminhado à Prefeita Municipal.