“Os
números não mentem”, afirma o deputado Júlio Cavalcanti. O parlamentar se
refere à frase que abre a reportagem do Estadão, publicada no último dia 23. A
manchete estampa a frase ‘Pernambuco foi do boom ao caos em cinco anos’. De
acordo com o deputado, que está sempre atento aos índices do Estado, não dá
para desconsiderar que os números negativos são anteriores à crise política
atual, portanto é equivocado desviar para a esfera Federal a responsabilidade
pelo afundamento de Pernambuco.
A
reportagem, publicada no dia 23 de abril e replicada por vários veículos no
Brasil, atribui o declínio do Estado ao fracasso do setor de petróleo e gás; à
seca (que prejudicou a agricultura e a indústria alimentícia); à epidemia de
viroses transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti; ao aumento galopante da
violência – que dificulta ainda mais as atividades comerciais e, por fim, à
queda na arrecadação do ICMS, tributo responsável por 46% do faturamento do
Estado. Como consequência, Pernambuco amarga o segundo maior índice de
desemprego do País – 10,4%, percentual que dobrou nos últimos quatro anos,
vertiginosa queda na indústria e no comércio e os cortes nos investimentos –
inclusive em áreas prioritárias. “Que o País está em crise, isso é fato – tanto
política, quanto econômica. Mas a crise em Pernambuco é algo que já vem de
antes desse cenário nacional. Vem desde que Eduardo Campos era governador.
Então eu me pergunto: onde está o governo que fazia mais com menos?”, questiona
o petebista.
Nos
últimos dois anos, em Pernambuco, os números que crescem são negativos.
“É muito fácil atribuir toda a responsabilidade ao Governo Federal. Mas
isso é um claro reflexo de que não houve um planejamento adequado para os
investimentos no Estado. Vejam o exemplo de Suape, que foi tratado como um poço
sem fundo de trabalho e recursos. Ou os hospitais construídos, que não tem
equipamentos adequados e nem gente pra trabalhar neles. Ou no plano de
gratificação para os policiais que faziam parte do Pacto Pela Vida que não
tinha como ser mantido, porque os cofres públicos não tinha lastro para isso.
Mas era preciso mostrar à mídia que estava tudo bem. Quando, de fato, não
estava, era maquiagem”, afirma o deputado.